Djokovic e Alcaraz cumprem profecia em Roland-Garros

Aryna Sabalenka e Karolina Muchova estreiam-se nas meias-finais do torneio francês.

Foto
Novak Djokovic Reuters/LISI NIESNER
Ouça este artigo
--:--
--:--

Na altura do sorteio do Torneio de Roland-Garros, mal foi desfeita a dúvida sobre de que lado do quadro iria ficar Novak Djkovic, criou-se uma enorme expectativa de uma meia-final com sabor a final, entre o sérvio e Carlos Alcaraz. Duas semanas depois, os dois cumpriram o destino e, na sexta-feira, vão decidir quem irá estar na final. Será apenas o segundo duelo na carreira entre ambos.

“É um tipo simpático, traz muita intensidade para o court, lembra-me alguém do seu país”, ironizou Djokovic, antes de acrescentar: “Será o meu maior desafio, ele é o jogador a abater.” O anterior confronto aconteceu no ano passado, na terra batida de Madrid, com Alcaraz a vencer por 6-7 (5/7), 5-7 e 7-6 (7/5).

Djokovic tornou-se no segundo tenista a alcançar 45 meias-finais de majors – menos uma que o recordista Roger Federer – depois de derrotar Karen Khachanov (11.º), por 4-6, 7-6 (7/0), 6-2 e 6-4. O russo foi melhor nos dois sets iniciais e ainda conseguiu discutir o quarto set, após duas duplas-faltas de Djokovic, mas o sérvio de 36 anos elevou o nível para fechar o encontro de três horas e 40 minutos.

“Foi como dois encontros em um; nos primeiros dois sets parece que eu tinha ficado no balneário: não me mexi bem, não bati bem na bola, respondi ao serviço com bolas altas porque estava sem ritmo, cometi muitos erros não forçados. Mérito para o Karen que serviu forte, e fez-me jogar e movimentar. Consegui encontrar forma de levar o set para o tie-break e não me lembro de jogar um tie-break assim tão bem, em todos os pontos. E depois fez clique, joguei um bom terceiro set, fiquei em controlo até 4-2, e aí as coisas ficaram complicadas. Mantive-me no momento e joguei oito últimos pontos perfeitos”, resumiu Djokovic, que acumulou 42 erros não forçados, menos dois que o adversário, mas compensou com 57 winners, incluindo 11 ases, e aproveitando metade das oito oportunidades de break.

No final da jornada de terça-feira, Alcaraz derrotou Stefanos Tsitsipas (5.º), por 6-2, 6-1 e 7-6 (7/5). O encontro foi de sentido único e Tsitsipas só dispôs de dois break-points em todo o encontro quando o espanhol serviu a 5-3. O grego, finalista em 2021, aproveitou a segunda oportunidade e levou a decisão do set para o tie-break, mas no primeiro de seis match-points em que serviu, Alcaraz concluiu o encontro.

Aryna Sabalenka e Karolina Muchova marcaram encontro nos quartos de Roland-Garros, depois de ultrapassarem adversárias regressadas aos grandes palcos, após meses de afastamento. Sabalenka (2.ª) trouxe para Paris a confiança do triunfo no Open da Austrália, em Janeiro, e dominou a ucraniana Elina Svitolina, com um duplo 6-4, graças à potência e profundidade das suas pancadas, que lhe renderam 30 winners e forçaram 34 erros na ex-número três mundial.

A bielorrussa nunca tinha passado da terceira ronda em Roland-Garros e, apesar de 37 erros nãos forçados, chega às meias-finais sem perder um set e motivada ainda com a possibilidade de destronar Iga Swiatek da liderança do ranking, embora esteja dependente dos resultados da polaca no torneio. Após a vitória, Sabalenka voltou a dar uma conferência de imprensa, onde foi peremptória sobre a guerra e o presidente da Bielorrússia: “Não apoio a guerra, logo não apoio Lukashenko neste momento.”

Svitolina (192.ª) foi mãe em Outubro – da pequena Skai, fruto da relação de cinco anos com Gael Monfils –, parou em Março de 2022 voltou a competir em Abril e chegou a Paris com o seu 17.ª título, conquistado em Estrasburgo na semana anterior ao major francês, onde atingiu os quartos-de-final pela quarta vez.

Antes, no duelo entre duas jogadoras não cabeças-de-série, Karolina Muchova (43.ª) derrotou Anastasia Pavlyuchenkova (333.ª), por 7-5, 6-2, para estrear-se igualmente nas meias-finais do torneio francês. Muchova, semifinalista no Australian Open de 2021, impôs o seu ténis de ataque, apoiado na variação e colocação, e foi enfraquecendo a confiança da russa de 31 anos, que vinha de três encontros consecutivos em três sets.

Pavlyuchenkova, finalista aqui em 2021, falhou grande parte de 2022 devido a uma lesão no joelho esquerdo, que surgiu em Maio quando ocupava a 21.ª posição do ranking, e só regressou à competição no início deste ano.

Quarta-feira ficarão conhecidas as outras duas semifinalistas, que sairão dos embates Swiatek-Coco Gauff e Ons Jabeur-Beatriz Haddad Maia.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários