Bloco pede audição urgente de Medina sobre os Certificados de Aforro

Requerimento entregue esta segunda-feira no Parlamento quer ainda ouvir o Secretário de Estado das Finanças.

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Bloco de Esquerda, liderado por Mariana Mortágua, questiona alterações aos CA Nuno Ferreira Santos
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O Bloco de Esquerda pediu esta segunda-feira a audição do Ministro da Finanças, Fernando Medina e do Secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes, “com carácter de urgência” sobre a suspensão de emissão de certificados de aforro da série E, e o lançamento de uma nova série, com rentabilidade mais baixa.

O PCP já tinha apresentado, este sábado, um requerimento no mesmo sentido, a que se juntou também o Chega.

Em comunicado, o Bloco refere dados do Banco de Portugal relativos à taxa de depósito dos novos depósitos a prazo em Março, que estava em 0,9% (1,03% em Abril), sendo o segundo país da Europa com juros mais baixos nos depósitos bancários, longe dos 2,77% que já oferecia França, o país que liderava esta tabela.

E a partir dessa informação conclui: “Temos, portanto, uma banca que lucra dez milhões de euros por dia, que cobra juros às pessoas que pagam crédito à habitação, com taxas de juros varáveis a subirem de mês para mês, mas que não quer remunerar a poupança dessas mesmas pessoas”.

Para o partido liderado por Mariana Mortágua, aqueles dados “ajudam a explicar a fuga dos depósitos bancários”, mais de 7,6 mil milhões de euros desde o início do ano.

“O Governo defende a racionalidade do fim da comercialização da série E e a criação da nova série F, rejeitando qualquer pressão da banca, mas o que é certo é que esta medida foi tomada após declarações públicas do presidente do Conselho de Administração do Banco CTT, João Moreira Rato, defendendo que o Governo deveria ‘interromper a emissão de Certificados de Aforro’”, refere o Bloco.

A decisão do Governo, da última sexta-feira, de terminar as subscrições da série E, cuja taxa-base estava em 3,5%, e de lançar uma nova, nova série F, com a taxa a cair para 2,5%, “contraria ainda os objectivos de aumento da poupança e de protecção da dívida pública das pressões dos mercados financeiros externos”, lê-se no requerimento. Que dá ainda conta da decisão do Governo de que irá alargar a comercialização de Certificados de Aforro a outras instituições bancárias, remunerando estas por estes serviços.

Notícia actualizada às 21h25 com informação sobre pedido de audição do ministro das Finanças apresentado pelo PCP e pelo Chega

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