Manuel Segade proposto para novo director do Museu Reina Sofía

Curador galego de 46 anos é o actual director do CA2M de Madrid. Escolha ainda tem de ser confirmada pelo conselho de ministros espanhol.

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Em 2017, Manuel Segade foi o comissário espanhol do Pavilhão de Espanha na Bienal de Arte de Veneza, onde apresentou a obra do artista catalão Jordi Colomer Awakening/getty images
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O galego Manuel Segade deverá ser o novo director do Museu Reina Sofía, em Madrid, o mais importante museu de arte contemporânea espanhol, depois de mais 15 anos de direcção de Manuel Borja-Villel, noticiaram os media espanhóis.

A nomeação do ministro da Cultura para a direcção do Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía, que deverá ser ainda aprovada pelo Conselho de Ministros espanhol nesta terça-feira, recaiu sobre o director do Centro de Arte 2 de Mayo (CA2M), situado em Mósteles, nos arredores da capital espanhola e dependente da Comunidade de Madrid. O director de 46 anos foi o finalista que obteve maior pontuação num concurso internacional que envolveu nove candidatos iniciais, uma maioria de mulheres e vários concorrentes da América Latina.

O director do CA2M, onde está depositada a Colecção Fundación ARCO, é licenciado em História da Arte pela Universidade de Santiago de Compostela. Foi curador-chefe do Centro Galego de Arte Contemporânea (Santiago de Compostela) e coordenador de programação do espaço Metrònom da Fundación Rafael Tous d’Art Contemporani (Barcelona).

"Creio que a minha eleição demonstra mais uma vez que, na cultura contemporânea, o aparentemente menor ou geograficamente periférico constitui um contributo fundamental", afirmou Manuel Segade aos jornais espanhóis depois de conhecida a escolha. Os media apontam também que durante a gestão de Segade o CA2M transformou-se numa referência da igualdade de género no sector da arte em Espanha.

O número de candidatos à direcção do Reina Sofía foi muito inferior aos 29 do concurso que levou em 2008 à escolha de Borja-Villel e, segundo o diário El País, será um indicador da polémica que envolveu a saída do anterior director Manuel Borja-Villel, considerado um dos curadores mais influentes da Europa.

“Estou muito contente com a escolha. Manuel Segade é um curador super-sólido que pensa a arte de uma forma extraordinariamente inteligente”, disse ao PÚBLICO a curadora portuguesa Filipa Oliveira - no ano passado integrou com o galego o júri que fez as aquisições para a colecção da Fundação ARCO na feira de arte contemporânea de Lisboa, a ARCOlisboa. “Não tem um ponto de vista canónico e é da opinião que os museus precisam de se reinventar. Depois da direcção de Borja-Villel, [Segade] é um dos curadores mais influentes do século XXI, para poder mudar a marca que ele deixou é preciso alguém com uma visão de futuro. Ele tem essa visão de futuro.”

Em 2017, Segade foi o comissário espanhol do Pavilhão de Espanha na Bienal de Arte de Veneza, onde apresentou a obra do artista catalão Jordi Colomer. A 17 de Junho, o CA2M vai inaugurar uma exposição dedicada ao 70.º aniversário do nascimento do escultor Juan Muñoz (1953-2001), de que é um especialista.

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