“Garantia de segurança” para a Ucrânia é a entrada na UE e na NATO, diz Zelensky

Presidente ucraniano foi o primeiro líder a entrar para a cimeira da Comunidade Política Europeia, esta quinta-feira, na Moldova.

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Volodymyr Zelensky recebido pela Presidente da Moldova, Maia Sandu EPA/PETER KLAUNZER
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O convidado de honra costuma ser o último a chegar, mas o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, foi mesmo o primeiro dos quase 50 líderes da Comunidade Política Europeia a entrar no Castelo Mimi, em Bulboaca, para a segunda cimeira desta plataforma informal de discussão e coordenação política constituída após a invasão da Ucrânia pela Rússia para responder aos desafios relacionados com a paz e estabilidade do continente.

“Quero agradecer que tenha aceitado o nosso convite para a segunda cimeira da Comunidade Política Europeia. A sua presença aqui é extremamente importante para nós: vamos reconfirmar o nosso apoio à Ucrânia na sua resistência à agressão da Rússia, e vamos falar sobre o nosso futuro europeu”, afirmou a Presidente da República da Moldova, Maia Sandu, anfitriã da reunião que decorre a cerca de 20 quilómetros da fronteira com a Ucrânia — e a guerra.

“É a Ucrânia que nesta altura mantém a Moldova em segurança”, sublinhou Sandu, que fez questão de exprimir a “gratidão” do seu país pelos esforços da Ucrânia na defesa da sua integridade territorial e também o seu apoio à fórmula para a paz apresentada pelo Governo de Kiev, bem como à proposta de estabelecer um tribunal internacional especial para julgar o crime de agressão e restantes crimes de guerra da Rússia.

Os dois países vizinhos estiveram juntos a declarar a independência em 1991, com a dissolução da União Soviética, e novamente em Fevereiro de 2022, quando após a invasão da Ucrânia pela Rússia, oficializaram as respectivas candidaturas à entrada na União Europeia, acelerando um processo de integração que esperam poder concluir no espaço de uma década.

“Historicamente temos caminhado juntos, ombro a ombro”, sublinhou Volodymyr Zelensky, que revelou que a viagem desde Kiev não tinha sido “simples”. Mas a participação na cimeira organizada pela Moldova era essencial também para transmitir a “mensagem de todos os ucranianos de que também apoiamos e saudamos a Moldova, que desde os primeiros dias da guerra recebeu e acolheu os refugiados” do outro lado da fronteira. “Nunca o esqueceremos”, vincou.

Como Maia Sandu, Zelensky disse à entrada que tencionava aproveitar a cimeira para “falar com os parceiros” sobre as garantias de segurança” de que a Ucrânia necessita: as iniciativas para o fornecimento de material militar, incluindo uma nova “coligação dos Patriots”, ou a possível realização de uma cimeira para a paz, ainda sem data marcada. “Queremos envolver tantos países quanto possível”, disse.

Mas como repetiu, a maior garantia de segurança para o seu país é o “futuro na União Europeia” e ainda na NATO. “A Ucrânia também está preparada para entrar na NATO. Aguardemos para ver quando a NATO estará preparada para receber a Ucrânia”, insistiu, garantindo que o país já conta com o apoio do secretário-geral da NATO mas ainda “precisa de unidade” entre todos os aliados. “Estamos a trabalhar nisso”, disse o líder ucraniano, considerando que “as garantias de segurança são naturalmente importantes para nós e para os nossos vizinhos, como a Moldova, por causa do potencial de agressão [da Rússia] contra outras partes da Europa”.

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