Dez passos para entrar nas Festas de Lisboa, do Zé Povinho a Bollywood

Os festejos juninos alfacinhas trazem mais de 40 actividades, a maioria gratuitas. Escolhemos dez para ajudar à festa.

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As Festas de Lisboa espalham-se por mais de 40 actividades Sandra Ribeiro
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Conan Osíris é uma das vozes do concerto de abertura Nuno Ferreira Santos
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O Lisbon Motorcycle Film Fest volta a estacionar no Cinema São Jorge DR
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A Comunidade Hindu de Portugal acolhe o Bollywood Holi Emanuel Hoque
Idade Média
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O arraial de Santo António, uma das obras a descobrir no "museu mais divertido de Lisboa" Museu Bordalo Pinheiro
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Os Tronos de Santo António formam um roteiro pela cidade Mafalda Cardoso
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100 Amália vai ao palco do São Luiz pela mão de Camané José Frade
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Katia Guerreiro junta-se ao rapper Jaca no Fado no Castelo Jorge Simão
,Praça do Comércio
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O Arraial Pride chega à 25.ª edição Nuno Ferreira Santos
Percussão
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A Festa do Japão celebra a cultura nipónica e a amizade com Portugal José Frade
,Apenas 6,5
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O Cineconchas convida para noites de cinema ao ar livre José Frade
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No meio de tanta sardinha, manjerico, casamento, bailarico e honras feitas a Santo António, as Festas de Lisboa são um grande caldeirão onde cabem todos os bairros, orientações, proveniências, gostos e idades. Vasculhando a vastidão do programa e saltando o ponto alto evidente (as marchas de 12 de Junho, Avenida da Liberdade abaixo), seleccionámos uma dezena de sugestões com orgulho, canções e cores, em que até o Zé Povinho vai de mota.

Canções de Uma Noite de Verão
(1 de Junho)

As Festas de Lisboa abrem num Bem bom com Maria Albertina, um convite para passear pelas Dunas e até a promessa de um beijo salgado. À beira-Tejo, Ana Bacalhau, António Zambujo, Aurea, Conan Osíris e Marta Ren juntam-se à Orquestra Pop Portuguesa para cantarem uma selecção de músicas conhecidas de várias gerações, mas aqui em novas roupagens – e com fogo-de-artifício para as iluminar. Os arranjos vêm assinados por Filipe Raposo, Pedro Moreira e Lino Guerreiro. Luís Varatojo assume a direcção artística. O ponto de encontro é a Praça do Comércio, às 22h.

Lisbon Motorcycle Film Fest
(1 a 4 de Junho)

Se há um póster icónico para qualquer cinéfilo motard, é o de Marlon Brando em The Wild One, espécie de western rebelde em duas rodas, rodado por László Benedek em 1954. É este o clássico que abre alas à sétima edição do festival feito à medida de quem adora motas e filmes. Ao longo de quatro dias, são projectados mais de 20 filmes no Cinema São Jorge, entre ficções e documentários, longas e curtas. No enredo entram também conversas (uma delas, com a piloto Elisabete Jacinto), exposições e uma night ride pelas ruas lisboetas. Mais informações aqui.

Bollywood Holi
(3 de Junho)

É festa para fazer correr muita tinta – em pó. Sobre os participantes vai cair uma chuva multicolor que os transforma numa imensa paleta humana, à imagem do famoso festival indiano. Mas as tintas do Bollywood Holi não ficam por aqui. Da Índia para a casa da Comunidade Hindu de Portugal, chegam também uma comitiva de DJ, iguarias gastronómicas, artesanato e a possibilidade de participar em oficinas de bharatanatyam (dança clássica indiana) e ioga. A festa (detalhada aqui) começa às 11h e termina às 19h30.

Zé Povinho em Festa
(4 a 25 de Junho)

Se a festa é popular, que entre em cena o Zé Povinho, de punho em riste a mandar passear a famosa mansidão lusa. Eufemismos à parte, o convite vem daquele que se autodescreve como “o museu mais divertido de Lisboa”. Trata-se de uma visita guiada pelo espólio do artista de monóculo e bigode, com destaque para a inspiração que as festas populares exerceram sobre Rafael Bordalo Pinheiro e, claro, para o pitoresco personagem que criou para representar o povo. As sessões realizam-se todos os domingos de Junho, às 11h. Duram 45 minutos e destinam-se a maiores de 16 anos. Para participar, basta enviar mensagem para servicoeducativo@museubordalopinheiro.pt.

Tronos de Santo António
(4 a 30 de Junho)

Santo António pode não ser o padroeiro de Lisboa mas, perdoe-nos São Vicente, é dele toda a devoção alfacinha. Uma das maiores manifestações remonta à Lisboa pós-terramoto de 1755. Para reconstruir a igreja do santo, fizeram-se peditórios na forma de altares decorados à porta das casas. A tradição, exibida em portas e janelas, escadarias e montras, e profundamente enraizada na identidade bairrista, cresceu entretanto para uma exposição de rua. Os lisboetas contribuem com a localização dos tronos; o Museu de Lisboa - Santo António organiza o roteiro; os visitantes só têm de pegar no mapa – disponibilizado a 4 de Junho, no site do museu – e descobrir a cidade de altar em altar.

100 Amália
(11 de Junho)

"Como sentem e vivem o legado de Amália as gerações mais jovens, que nasceram em pleno século XXI?" Desta interrogação nasceu o espectáculo de teatro musical que Camané concebeu. Os intérpretes são alunos de escolas lisboetas, entre os nove e os 18 anos, pertencentes ao projecto Músicas & Musicais. Rosário Lucena trata da encenação e da direcção musical. A cortina sobe às 17h30, no São Luiz Teatro Municipal.

Fado no Castelo
(16 a 17 de Junho)

O fado nunca falta à festa. Mas, aqui, a tradição fica à porta (do Moniz). Em noites já emblemáticas, a canção sobe ao altaneiro Castelo de São Jorge para se deixar levar por caminhos tão inesperados quanto os ritmos que correm nas artérias da urbe alfacinha. Este ano, a tarefa recai sobre o encontro de Sara Correia com Stereossauro na sexta-feira e, no dia seguinte, na junção da voz de Katia Guerreiro ao flow do rapper Jaca. As ameias acolhem-nos às 21h30.

Arraial Pride
(24 de Junho)

É o mais colorido dos arraiais. De tapete estendido à celebração do mês do Pride em todos os matizes da bandeira (aliados incluídos), instala-se na Praça do Comércio, entre as 16h e as 2h. É também a mais participada das Festas de Lisboa: cerca de 100 mil pessoas passaram por lá no ano passado. Esta será a 25.ª edição da iniciativa organizada pela Ilga Portugal, em parceria com a autarquia. A programação ainda não está fechada – será anunciada em breve, no site da associação – mas o habitual é haver actividades diversas durante o dia e entrar na noite com concertos, DJ sets, dança e outras actuações e diversões em nome da liberdade, da diversidade e da igualdade.

Festa do Japão
(24 de Junho)

Que soem os tambores. Ou melhor, os taikos. Ao embalo da celebração dos 480 anos de amizade entre Portugal e o Japão, ergue-se mais uma demonstração da cultura nipónica, em expressões que vão das artes marciais às danças tradicionais, passando por artes manuais, pela gastronomia e até pela apanha de pokémons. Com dezenas de entidades representadas e muitos workshops gratuitos, a Festa do Japão faz-se no Jardim Vasco da Gama, em Belém, entre as 14h e as 22h. O primeiro passo é investir no origami: a organização desafia cada visitante a fazer um tsuru de papel para ajudar a engalanar o espaço.

Cineconchas
(29 de Junho a 15 de Julho)

No jardim da Quinta das Conchas e dos Lilases, o destino é outro: cinema ao ar livre para apreciar nas noites de Verão, à beira de uma tela gigante e sem pagar um tostão. A variedade do cartaz tanto serve o adepto de um policial sul-coreano premiado (Decisão de Partir) como da acção de um Top Gun: Maverick, da animação de uns Ice Merchants, da música e vida de Elvis, de uma inversão social (Triângulo da Tristeza) ou das tropelias d'O Gato das Botas: O Último Desejo, entre outros títulos. As sessões estão agendadas para os serões de quinta a sábado, às 21h45.

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