Existem várias Europas dentro de um velho continente em crise. Existe a Europa em guerra, produtora e fornecedora de armas, assustada pelos fantasmas soviético e da Guerra Fria, onde a censura legal ou tácita se tornou quotidiana; a Europa do expat e do migrante, do multiculturalismo e da segregação – dos milhares de mortos no Mediterrâneo e da criminalização do auxílio, dos campos de refugiados que se assemelham a enormes prisões a céu aberto onde se encerram pessoas inocentes. Existe a Europa polarizada, em parte saudosa da extrema-direita (e amnésica relativamente aos seus efeitos), cuja população concede, através do voto, representação parlamentar ao extremismo e à intolerância em quase todos os países que a compõem.