Esta base de dados contém patentes de inovações de combate a incêndios

Nova plataforma europeia agrega informação sobre novas tecnologias de combate e prevenção de incêndios florestais.

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Covilhã, aldeia de Orjais — o incêndio na Serra da Estrela, no Verão passado, foi um dos maiores de sempre em áreas protegidas Adriano Miranda
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Está a funcionar uma plataforma online, de livre acesso, onde se podem pesquisar patentes atribuídas por inovações tecnológicas no combate ou na prevenção de incêndios florestais. Empresas, cientistas e engenheiros que trabalham nesta área, mas também governos e autoridades com competências no combate aos incêndios são o público-alvo desta iniciativa.

O Instituto Europeu de Patentes (EPO na sigla em inglês) juntou-se ao INPI — Instituto Nacional da Propriedade Industrial e a outros institutos de patentes na Europa para lançar esta plataforma, que agrega dados da base de dados pública Espacenet, que tem mais de 140 milhões de documentos de 100 países, diz um comunicado de imprensa.

A plataforma permite pesquisar tecnologias de detecção e prevenção de incêndios, combate às chamas, equipamento de protecção e restauro das áreas ardidas.

Em cada uma destas áreas estão definidas subpesquisas de tecnologias como inteligência artificial, machine learning ou sensores de temperatura e humidade, por exemplo, na área de detecção e prevenção de incêndios. Ou tecnologias aéreas, na área de combate às chamas, para dar outro exemplo.

“Analistas de patentes do EPO (especialistas nesta área) uniram forças com peritos e analistas dos institutos nacionais de patentes de Portugal, Espanha, França, Grécia e Itália para compilar pesquisas relevantes relacionadas com o combate a incêndios”, diz um comunicado de imprensa do EPO.

Podem usar esta plataforma todos os potenciais utilizadores de inovações tecnológicas relacionadas com o combate aos incêndios florestais – que no ano passado destruíram mais de 830 mil hectares, e Portugal foi o terceiro país mais afectado. Ainda em Março, o ministro da Administração Interna disse que o risco de incêndio em Portugal naquela altura era cerca de 40% maior face a 2022.

O ano de 2022 foi o segundo pior ano da Europa em termos de área ardida e de número total de incêndios desde 2006, de acordo com o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS). Estes incêndios florestais custam à União Europeia 2,5 mil milhões de euros em prejuízos económicos, além dos custos humanos.

Combate às chamas suscita mais patentes

A base de dados contém patentes publicadas e pedidos de patentes, que são uma fonte importante de informação técnica, salienta um porta-voz do gabinete de imprensa do EPO, contactado pelo PÚBLICO. “Dizem aos utilizadores quais as invenções já feitas, e descrevem as invenções em detalhe, para que os inventores possam inovar a partir daí, o que pode suscitar novas ideias, descobertas e parcerias técnicas.”

Há muita inovação tecnológica na área do combate aos incêndios, diz o porta-voz do EPO: “A plataforma já contém 7000 ‘famílias’ de patentes (cada família pode conter múltiplos pedidos de patente em diferentes países).”

Segundo um relatório do INPI, o sector com o maior número de pedidos de patentes é o do combate às chamas, seguido do de detecção e prevenção de incêndios florestais e de equipamento de protecção. Não há dados específicos para Portugal, mas em cada campo é possível fazer pesquisas por país.

As empresas que registam patentes podem garantir a exclusividade de comercializar as suas invenções durante 20 anos, sublinha o EPO. Um estudo recente mostrou que as empresas que possuem pelo menos uma patente ou marca registada podem gerar, em média, rendimentos 20% mais elevados por funcionário do que as que não têm quaisquer direitos de propriedade intelectual, diz a instituição.