Influencers acusadas de racismo por darem macaco de peluche a crianças negras

Vídeos com Kérollen e Nancy ganharam notoriedade após comentário da advogada Fayda Belo.

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Após a publicação dos vídeos das influenciadoras, Fayda pede que os utilizadores das redes denunciem a dupla ao Ministério Público do Rio de Janeiro DR/Instagram
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As influenciadoras Kérollen e Nancy estão a ser acusadas de racismo num vídeo que se tornou viral nas redes sociais, nesta terça-feira. A advogada Fayda Belo, especialista em direito antidiscriminatório, publicou um vídeo no seu perfil em que reproduz clipes em que as duas fazem um jogo com crianças negras: elas recebem a opção de escolher entre um presente e dez reais (menos de dois euros). Os menores escolhem o embrulho e recebem uma banana e um macaco de peluche.

Após a publicação dos vídeos das influenciadoras, Fayda pede que os utilizadores das redes denunciem a dupla ao Ministério Público do Rio de Janeiro, através de um link do órgão judicial. "Vocês conseguem dimensionar o nível de monstruosidade que essas duas 'desinfluenciadoras' tiveram ao dar um macaco e uma banana para duas crianças inocentes e ainda postarem nas redes sociais para os seus mais de 13 milhões de seguidores?", questiona.

"Racismo não é entretenimento. Racismo é crime!", completa Fayda. No Twitter, o post recebeu, até à hora da publicação deste artigo, mais de 2,7 milhões de visualizações.

Os vídeos originais indicados por Fayda não foram encontrados no perfil de Kérollen e Nancy. Contactadas pela Folha, as influencers não se posicionaram sobre as acusações de Fayda e dos internautas. A última publicação da dupla, nas histórias do Instagram, é de há 15 horas e cita um versículo bíblico de Isaías: "Mas sou eu, eu mesmo, que apago os seus pecados por amor de mim, e nunca mais se lembra deles."

Fayda também não respondeu ao pedido de contacto da Folha. No Instagram, ela afirmou, via stories, que está recebendo outros vídeos das influenciadoras em que elas supostamente fazem a mesma dinâmica com outras pessoas negras. "Gente, isso precisa acabar, a gente precisa parar de dar voz na internet para racista, para gente que animaliza corpos negros", completa.


Exclusivo PÚBLICO/Folha de S.Paulo
Nota: o PÚBLICO respeitou a composição do texto original, com excepção de algumas palavras ou expressões não usadas em português de Portugal.

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