Espírito de equipa leva Peyton Stearns à terceira eliminatória

Nuno Borges não esteve em condições para discutir a permanência em Roland-Garros.

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Peyton Stearns DR
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O encontro de ténis pode mudar de rumo muito rapidamente, tal como a vida de uma tenista. Na Primavera de 2022, quando ainda raramente competia no circuito profissional, Peyton Stearns tornou-se na primeira tenista da Universidade do Texas a sagrar-se campeã universitária e a primeira desde 2013 a conquistar os títulos de singulares e equipas no mesmo ano. Um ano depois, a jogadora do Ohio está no top 100 e a celebrar a maior vitória da sua vida numa prova do Grand Slam: derrotou Jelena Ostapenko, 10.ª no ranking mundial, e está na terceira ronda do Torneio de Roland-Garros.

No court 14, Stearns não teve o apoio dos demais colegas dos Longhorns – nome por que é conhecida a equipa universitária texana –, mas pôde contar com o entusiasmo do público francês, sempre disponíveis para apoiar os tenistas mais jovens e menos favoritos, em especial, quando defrontam alguém que não é muito popular, como é o caso de Ostapenko, considerada por muitos como irritante.

“Vemos muita gente a gritar connosco, a dizer-nos coisa. Alimentei-me dessa energia e adorei estar ali”, revelou a tenista formada em Ciência Aplicada ao Movimento, depois de vencer Ostapenko, campeã em 2017, por 6-3, 1-6 e 6-2. Na ronda inicial, a jogadora de 21 anos tinha eliminado outra campeã de Roland-Garros, em pares, Katerina Siniakova.

Este ano, Stearns já esteve em cinco finais, com destaque para as duas consecutivas no WTA 250 de Bogotá e do ITF 100 de Charleston, antes de vir para Paris. O resultado no torneio colombiano deu-lhe a entrada no top 100 e no quadro principal de Roland-Garros, onde chegou no 69.º posto. “Penso que construí uma equipa sólida à minha volta em quem confio, tenho trabalhado e dado o meu melhor sempre que venho para o court, mesmo quando as coisas não estão bonitas e é isso”, resumiu Stearns sobre o seu sucesso.

A próxima adversária da norte-americana está também no top 10. Daria Kasatkina (9.ª) foi a autora do “ponto do dia” – quem sabe se não do torneio –, ao assinar um passing-shot com um “tweener” (bola batida entre as pernas de costas para a rede), durante a vitória sobre a finalista de 2019, Marketa Vondrousova (60.ª).

Em grande está igualmente, Elina Svitolina (192.ª). A ucraniana foi mãe em Outubro e só voltou a competir no mês passado e já vai numa série de sete encontros ganhos consecutivamente, depois de triunfar no torneio de Estrasburgo e ultrapassar a segunda ronda em Roland-Garros – vitória testemunhada pelo marido, Gael Monfils, apesar de o tenista francês só ter terminado a eliminação de Sebastian Baez (42.º), em que recuperou de 0-4 no quinto set, após a meia-noite e as obrigações mediáticas à 1h30 da madrugada.

Para Nuno Borges (80.º) chegou ao fim a sua segunda aventura no torneio francês do Grand Slam, com a derrota diante do argentino Diego Schwartzman (95.º), por 7-6 (7/3), 6-4 e 6-3.

“Fiquei muito aquém daquilo que queria estar numa ronda destas, num torneio destes”, resumiu o número um português, após a exibição sofrível, em consequência do desgaste causado pela ronda anterior, em que venceu John Isner em cinco sets e quatro horas.

“Apresentei-me em condições físicas de que não estava, assim, tão à espera. Também não joguei tantos encontros à melhor de cinco e achava que ia recuperar melhor do que recuperei e, de certa maneira, fui desacreditando ao longo do encontro que podia ganhar. Não estive à altura do desafio e terei de pensar um bocadinho no que é que poderia ter feito melhor. São estes jogos que me fazem crescer”, explicou Borges.

Carlos Alcaraz, Novak Djokovic, Stefanos Tsitsipas e Andrey Rublev também avançaram para a terceira eliminatória.

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