Chega queria depoimento de Marcelo sobre o SIS por escrito, mas PS e PCP recusam

Requerimentos votados na comissão parlamentar de inquérito.

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O Chega queria saber como, quando, por quem e o que soube acerca da operação do SIS no dia 26 de Abril. Rui Gaudencio
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O PS e o PCP chumbaram o pedido do Chega para que o Presidente da República depusesse, por escrito, sobre o seu conhecimento acerca da intervenção do Serviço de Informações de Segurança (SIS) para recuperar o computador do ex-adjunto do ministro das Infra-estruturas na noite de 26 de Abril. O coordenador socialista Bruno Aragão alegou que "a pretensão do Chega está fora do âmbito da comissão parlamentar de inquérito (CPI)".

O requerimento teve a abstenção do PSD e do Bloco e o voto a favor do Chega e da IL. O deputado do Chega Filipe Melo defendeu que "a narrativa do PS começa a não ter mais ponta de sustentação" e que os grupos parlamentares fazem os pedidos que "entendem que têm a ver com o âmbito da CPI". O deputado lembrou que "o primeiro-ministro arrastou o Presidente [para o assunto] por causa das datas em questão, e levou o Presidente a ter de dar explicações". "Entendo que para o PS não seja muito favorável fazer algumas inquirições nesta comissão, mas são esclarecimentos de que esta CPI precisa para fazer o seu trabalho", acrescentou.

À boleia da confusão criada pelo primeiro-ministro no debate com os deputados na passada semana em que António Costa começou por deixar no ar que naquela noite teria falado também com o Presidente da República e depois esclareceu que a conversa não versou sobre a intervenção do SIS no caso , André Ventura tinha vindo defender, na sexta-feira, que Marcelo Rebelo de Sousa deveria disponibilizar-se para esclarecer o assunto.

O Presidente chegou a esclarecer, entretanto, que só soube da intervenção dos serviços secretos no dia 29, mas não especificou quem o informou nem que informação recebeu.

O PCP, que tem preferido concentrar a sua actuação na CPI nas questões da gestão da companhia, em vez de nos acontecimentos laterais, viu ser aprovado por unanimidade o seu requerimento para que a Segurança Social envie ao Parlamento a informação sobre os pagamentos realizados entre 2017 e 2020 provenientes de rendimentos do trabalho na TAP ou na Atlantic Gateway dos administradores da TAP SA e da TAP SGPS.

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