Maiores consumidores de electricidade poupam no mercado livre, diz Entidade Reguladora

No caso do gás natural a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos informou que a tarifa regulada é a mais competitiva.

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Maiores consumidores de electricidade podem poupar até 67% por ano no mercado liberalizado Paulo Pimenta
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Os consumidores com maiores consumos de electricidade podem poupar 57% a 67% por ano no mercado liberalizado. No gás natural continua a não existir no mercado livre qualquer oferta comercial mais competitiva que a tarifa regulada, informou esta terça-feira a ERSE.

De acordo com o Boletim das Ofertas comerciais de Electricidade da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) referente ao segundo trimestre deste ano, “na comparação entre a oferta mais competitiva e a oferta do mercado regulado conclui-se que os consumidores com consumos anuais superiores podem, de uma forma geral, poupar mais no mercado liberalizado”.

“O consumidor tipo 1 [casal sem filhos, um consumo anual de electricidade de 1900 quilowatts-hora (kWh), consumo em vazio de 40% e potência contratada de 3,45 kVA (quilovolt-ampere)] pode poupar 250 euros/ano no contrato de electricidade, enquanto o consumidor tipo 3 [família com quatro filhos, um consumo anual de 10.900 kWh, consumo em vazio de 40% e potência contratada de 13,8 kVA] pode poupar 1607 euros/ano para o mesmo tipo de contrato”, detalha o regulador. Já no contrato dual, “a poupança face ao mercado regulado varia entre 167 euros/ano, para o consumidor tipo 1, e 963 euros/ano, para o consumidor tipo 3”, acrescenta.

Segundo a ERSE, “em termos relativos, as poupanças anuais no mercado liberalizado podem representar entre 57% e 67% face à oferta de electricidade no mercado regulado e entre 28% e 36% face à oferta dual com preços regulados”. Pelo contrário, nas ofertas de gás natural “as poupanças no mercado liberalizado são nulas, pois não existe nenhuma oferta comercial mais competitiva do que a tarifa regulada, para os três consumidores tipo”. Já no contrato dual, a poupança face ao mercado regulado varia entre 167 euros por ano (consumidor tipo 1) e 963 euros por ano (consumidor tipo 3).

Analisando as várias ofertas comerciais de electricidade no segundo trimestre, a ERSE concluiu que, para o consumidor tipo 1, a oferta comercial de electricidade com menor factura mensal é da LuzBoa (LuzBoa SPOT), com um valor de 15,77 euros por mês, que corresponde a um desconto de 57% e uma poupança mensal de 20,85 euros em relação à tarifa regulada.

Já para o consumidor tipo 2 (casal com dois filhos, com um consumo anual de 5000 kWh, consumo em vazio de 40% e potência contratada de 6,9 kVA) a oferta comercial de electricidade com menor factura mensal é da Eni Plenitude (tarifa indexada), com um valor de 33,56 euros por mês, que corresponde a um desconto de 64% e uma poupança mensal de 58,87 euros em relação à tarifa regulada. Esta é também a oferta comercial com preço mais baixo para o consumidor tipo 3, com um valor de 67,07 euros por mês, que corresponde a um desconto de 67% e uma poupança mensal de 133,89 euros em relação à tarifa regulada.

No caso das ofertas duais (electricidade e gás natural), volta a ser a Eni Plenitude (tarifa indexada) a apresentar menor factura mensal para os três tipos de consumidor: para o tipo 1 com um valor de 36,21 euros por mês, a que corresponde a um desconto de 28% e uma poupança mensal de 13,95 euros em relação à tarifa regulada; para o tipo 2 com um valor de 75,29 euros por mês, que corresponde a um desconto de 36% e uma poupança mensal de 42,82 euros; e para o tipo 3 com um valor de 171,39 euros por mês, que corresponde a um desconto de 32% e uma poupança mensal de 80,21 euros.

“Tendo como base a totalidade das ofertas comerciais, verifica-se que o diferencial entre a melhor oferta e a tarifa regulada teve um aumento muito significativo a partir do primeiro trimestre de 2023 para os três consumidores tipo”, refere a ERSE. Segundo detalha, de Abril a Junho, “a diferença entre a melhor oferta e a oferta do mercado regulado corresponde a 20,85 euros/mês, 58,87 euros/mês e 113,89 euros/mês, para os consumidores tipo 1, 2 e 3, respectivamente, tendo por base a totalidade das ofertas comerciais”.

Já no que se refere às ofertas de gás natural, para o consumidor tipo 1 (com consumo anual até 138 metros cúbicos — m3), no segundo trimestre, a oferta comercial de gás com menor factura mensal para além da tarifa regulada foi a da LuziGás (GÁS NATURAL), com um valor de 16,70 euros/mês, mas ainda assim 23% superior ao mercado regulado.

A LuziGas (GÁS NATURAL) foi também a oferta comercial de gás com menor factura mensal para além da tarifa regulada para os consumidores tipos 2 e 3 (com consumos anuais de gás até 292 m3 e 640 m3, respectivamente), com um valor de 32,19 euros/mês e 25% superior ao da tarifa regulada no primeiro caso e um valor de 66,02 euros/mês e 30% superior no segundo caso.

Já a oferta comercial dual com menor factura mensal é da Eni Plenitude (tarifa indexada) para os três tipos de consumidor: para o tipo 1 com um valor de 36,21 euros/mês, que corresponde a um desconto de 28% e uma poupança mensal de 13,95 euros em relação à tarifa regulada; para o tipo 2 com um valor de 75,29 euros/mês, um desconto de 36% e uma poupança mensal de 42,82 euros; e para o tipo 3 com um valor de 171,39 euros/mês, um desconto de 32% e uma poupança mensal de 80,21 euros.

De acordo com a ERSE, no gás natural, “a partir do quarto trimestre de 2022 o diferencial entre a oferta de gás de valor mínimo e a tarifa regulada aumenta significativamente, com os preços das ofertas de gás sempre superiores à tarifa regulada”.

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