Este monóculo de IA tem as respostas para conversas aborrecidas. Basta leres o que vês

As respostas do RizzGPT ainda não são muito naturais e só aparecem segundos depois da pergunta. Para Bryan Chiang, o dispositivo pode ser uma ajuda para quem sofre de ansiedade social.

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O RizzGPT mostra as respostas para as conversas na lente do monóculo Reuters/NATHAN FRANDINO

Se o ChatGPT te consegue ajudar a escrever um trabalho ou fazer um plano de refeições, será que também te pode ajudar a conversar com outras pessoas?

Foi o que Bryan Chiang, um estudante de programação da Universidade de Stanford, na Califórnia, perguntou no início do ano. Para descobrir, pegou em óculos de realidade aumentada, no portátil e recrutou alguns amigos para programarem aquilo a que chama de RizzGPT.

O dispositivo — um monóculo concebido pela Brilliant Labs, em código aberto, para que o seu firmware [software que controla o funcionamento do aparelho] possa ser experimentado — inclui câmara, microfone e um ecrã na lente, onde se lêem as respostas.

Quando alguém fala com a pessoa que está a usar o aparelho, o RizzGPT monitoriza a conversa através do microfone, transforma-a em texto e envia-a por Wi-Fi para o chatbot de inteligência artificial ChatGPT gerar uma resposta. Essa resposta aparece depois de um curto período de tempo no pequeno ecrã do monóculo.

"O RizzGPT basicamente utiliza IA para proporcionar uma resposta carismática a pedido da pessoa, ouvindo a conversa actual e sugerindo exactamente o que dizer a seguir", explica o estudante de 22 anos.

Para exemplificar, Bryan teve de responder a uma pergunta. "Na tua opinião, qual é a tua maior fraqueza?", questionou a Reuters.

"Acho que a minha maior fraqueza é o facto de, por vezes, ser demasiado duro comigo mesmo. Estou sempre a esforçar-me por dar o meu melhor e, às vezes, posso ficar esgotado", afirmou, enquanto lia a resposta no monóculo cerca de cinco segundos depois de a pergunta ter sido feita.

O tempo de resposta e a própria resposta ainda não são muito naturais (ou carismáticos), contudo, reforçou o jovem, o monóculo é apenas um protótipo destinado a mostrar o que pode ser possível fazer com a tecnologia.

"A forma como interagimos com os computadores já mudou há algum tempo. Estamos a assistir à convergência da ligação 5G, dos óculos de realidade aumentada, do hardware e da inteligência, que se unem para criar uma nova forma de interagir com estes sistemas, um novo sistema operativo que é muito mais natural", acrescentou.

Ainda assim, o objectivo deste dispositivo não é substituir totalmente a conversa natural entre humanos, mas antes servir como "uma espécie de ajuda" que pensa nas coisas de que nos podemos ter esquecido. "Acho que neste sentido pode ser incrivelmente útil para as pessoas que lutam contra a ansiedade social e têm dificuldades em falar com outros."

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