Marcelo, Costa, Santos Silva e Carlos César assinalam Dia dos Açores

Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa, Augusto Santos Silva e Carlos César assinalaram através de publicações na internet o Dia dos Açores.

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Ilha de São Jorge, Açores Nuno Alexandre

O Presidente da República, o primeiro-ministro, o presidente da Assembleia da República e o presidente do Partido Socialista assinalaram esta segunda-feira o Dia dos Açores. As mensagens divulgadas na internet destacam a importância da autonomia regional e da unidade nacional, elogiam o "espírito empreendedor dos cidadãos" e criticam o actual Governo regional.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assinalou o dia com uma mensagem que celebra a autonomia regional, mas também a unidade nacional, e fez votos de "solidariedade e de inspiração" perante adversidades e desafios. Na nota publicada no site da Presidência da República para assinalar este dia (que coincide com a segunda-feira do Espírito Santo), Marcelo Rebelo de Sousa enviou "uma saudação muito calorosa a todos os açorianos".

"Que este dia seja de alegria e de celebração, mas também de solidariedade e de inspiração para todos juntos continuarmos a vencer as adversidades e a superar os desafios, construindo um futuro brilhante para os Açores, que o mesmo é dizer para Portugal", afirma o chefe de Estado. O Dia dos Açores "é uma ocasião especial para celebrar a cultura e a história" da região autónoma e das suas nove ilhas, uma data "em que se celebra identidade dos açorianos e a autonomia político-legislativa, esteio fundamental da participação democrática dos cidadãos, do desenvolvimento económico e social e da defesa dos interesses da região", refere.

O Presidente da República aponta que é também "uma ocasião muito especial para celebrar a unidade nacional e os laços de solidariedade entre todos os portugueses". "Este é também o momento para continuarmos a unir esforços para um desenvolvimento social e económico sustentável, aproveitando em particular essa enorme riqueza que é o oceano Atlântico, sempre com respeito pelo meio ambiente", considera.

Já o presidente Assembleia da República, Augusto Santos Silva, através do Twitter, aproveitou para lembrar que "autonomia" rima com "democracia".

"Hoje é o Dia dos Açores. Dia de celebrar a autonomia, que rima com democracia", escreveu, numa alusão a um dos princípios da Constituição. Santos Silva saudou depois, "calorosamente, todos os açorianos e a Assembleia Legislativa que os representa".

A propósito deste dia e recorrendo à mesma rede social, o primeiro-ministro, António Costa, quis mostrar que confia no espírito empreendedor dos cidadãos dos Açores e assegurou compreensão do Governo da República para o apoio ao seu desenvolvimento. "Quando se celebra o Dia dos Açores saúdo as açorianas e açorianos, confiando no seu espírito empreendedor", escreveu, antes de se referir ao papel do Governo da República em relação a esta região autónoma.

"Tempos melhores virão", diz Carlos César

À semelhança de Santos Silva, o presidente do Partido Socialista, Carlos César, focou-se na questão da "autonomia", alertando que "para se ser autonomista não basta culpabilizar o centralismo" e assinalando que nos Açores a autonomia, que já foi "realizadora", entretanto se tornou "limitada, queixosa e improdutiva".

"Hoje temos uma maioria governante nos Açores que usa profusamente da palavra, mas não usa a autonomia que temos. Por essa inaptidão, a autonomia que já foi ambiciosa, cooperante e realizadora deu lugar à autonomia limitada, queixosa e improdutiva", indicou o também ex-presidente do Governo Regional dos Açores, numa publicação na sua página pessoal na rede social Facebook.

A mensagem termina apelando à "esperança", porque "tempos melhores virão", escreveu o socialista. Para Carlos César, "o centralismo é... o que sempre foi, embora incomparável com os tempos que precederam a democracia ou mesmo com os que se viveram no 'cavaquismo'".

"O professor Machado Pires, um intelectual e militante cívico de enorme mérito, já falecido, que muito me ajudou e apoiou, primeiro na Convenção Para Uma Nova Autonomia em 1995 e 96, e, mais tarde, como meu mandatário político regional, disse que "não se tem a autonomia que se quer ter, mas aquela que o momento histórico, com a sua dialéctica própria, permite ter."

Referindo-se aos "discursos da cerimónia do dia dos Açores", Carlos César elogiou a "sobriedade assertiva" de José Eduardo, deputado regional socialista que interveio na sessão. "Uma intervenção própria de um momento que não se confunde com uma qualquer diatribe parlamentar", observou o presidente do PS.

O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, exigiu esta segunda-feira, no Dia da Região, que o Estado "cumpra com as suas obrigações", alertando que a autonomia "não serve como justificação para sacrificar" o arquipélago.

"A consistência da nossa autonomia política nos Açores não desresponsabiliza o Estado das suas obrigações. Antes pelo contrário, impõe, exige, reivindica, em nome e voz do nosso povo, que o Estado cumpra cada uma das suas obrigações nos Açores", afirmou o líder do executivo regional no discurso da sessão solene do Dia dos Açores, nas Lajes do Pico.

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