A chuva animou o Mónaco, a Aston desanimou Alonso

Parecia que a chuva daria a Fernando Alonso a possibilidade de lutar pela vitória no GP do Mónaco, mas uma opção da Aston Martin acabou por esvaziar a esperança. Verstappen liderou do início ao fim.

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Verstappen em acção no Mónaco Reuters/STEPHANE MAHE
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O perfil aborrecido das corridas de Fórmula 1 no Mónaco tem sido um tema recorrente e, neste domingo, parecia ser mais um dia para o caderno de queixas. Felizmente para os espectadores, a chuva apareceu para animar mas só um pouco uma corrida que até estava a ter algumas ultrapassagens, mas quase todas na cauda do pelotão.

Com ou sem chuva, o Mónaco viu Max Verstappen liderar a corrida do início ao fim, algo comum na prova monegasca, e o neerlandês bem pode agradecer à Aston Martin. No momento em que a chuva chegou, Alonso, que foi para a box primeiro, poderia ter saído de pneus de chuva e ter ganho a posição a Max. A equipa estranhamente ofereceu-lhe um jogo de médios e o espanhol acabou por ter de lá voltar e largar a possível luta com Verstappen.

É certo que houve alguma animação provocada pela chuva, mas no que diz respeito à luta pelo triunfo, a opção da Aston Martin foi um perfeito anticlímax num momento em que todos esperavam luta no Mónaco – até pelos predicados conhecidos de Alonso com piso molhado.

Verstappen ganhou, Alonso chegou a seguir e Esteban Ocon fechou o pódio, o primeiro da Alpine neste campeonato. Este desfecho deixa o campeão do mundo com 144 pontos e um fosso maior (20 pontos) para Sergio Perez, que não pontuou. Alonso, em terceiro, fica agora a apenas 12 pontos do mexicano.

Estratégias diferentes

A corrida começou com Max Verstappen, na pole, e Alonso, na segunda posição, com estratégias diferentes. O piloto da Red Bull preferiu pneus médios, tentando gerir o tempo de vida dos compostos, enquanto o espanhol foi para os duros, apostando numa primeira fase de corrida muito longa.

Mas a estratégia não teve efeitos muito claros na primeira metade da prova. Verstappen esteve sempre mais rápido, algo em que os pneus ajudaram, certamente, mas também pelo facto de ter pista livre – no Mónaco, quem circula no pelotão tem um andamento muito lento e Max já tinha dobrado metade dos pilotos ainda a meio da corrida. Apesar do desgaste nos pneus, sobretudo do lado esquerdo, o neerlandês conseguiu manter um andamento consistente o suficiente para ter Alonso à distância.

Na cauda do pelotão, Sergio Perez, que saiu da 20.ª posição, parou logo na primeira volta, para tentar fazer toda a corrida sem parar mais. A vantagem era poder sair do pelotão e ter pista livre para se aproximar, minimizando as perdas da paragem.

Ainda assim, a estratégia de Perez, que já estava difícil por não conseguir sair do pelotão e ter pista livre para rodar, ficou totalmente comprometida com um toque na traseira de Magnussen que o levou à box para trocar a asa dianteira na volta 34.

Nessa fase da corrida, a única animação vinha dos bluffs da Ferrari, que dizia no rádio para Sainz parar, mas sem que o piloto lá fosse – tentaram a primeira vez, sem sucesso, tentando provocar alguma reacção nos adversários. E tentaram a segunda, novamente sem enganarem ninguém.

Chuva animou, mas pouco

A Mercedes colocou Hamilton na box, o que sugeria que o radar meteorológico da equipa era diferente do de outras que criam haver chuva a chegar. E chegou mesmo.

Na volta 51, começou a chover em três sectores e poderia, finalmente, haver corrida no Mónaco. Quase todos os pilotos montavam pneus intermédios, para chuva, mas Alonso surpreendeu ao sair da box com um jogo de médios. A estratégia arriscada, apostando que a chuva pararia nas zonas do circuito mais molhadas, foi totalmente errada.

O piso não estava para pneus de seco e Alonso teve de parar novamente para colocar os intermédios. Se tivesse saído logo com esses pneus, possivelmente teria ultrapassado Max Verstappen nessa manobra de box.

A partir daí a única esperança que restava a Alonso era um safety car que o aproximasse de Verstappen, mas ele nunca apareceu.

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