Palcos da semana: Dylan, festivais, fusões e noites de Verão

Os próximos dias trazem cinco concertos de Bob Dylan, Festivais Gil Vicente em Guimarães, o início das Festas de Lisboa, um Futurama alentejano e uma aldeia algarvia em Fusos.

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Cosmos abre a 35.ª edição dos Festivais Gil Vicente Filipe Ferreira
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Aos 82 anos, Bob Dylan regressa a Portugal durante uma extensa digressão mundial EPA/DomenechCastello
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Ana Bacalhau é uma das vozes das Canções de Uma Noite de Verão Arlindo Camacho
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As Saucejas levam a polifonia da Letónia ao Algarve Janis Romanovskis
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Jacira da Conceição participa no Futurama com Insularidade DR
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Festivais para estremecer a fundo

É cartaz para “fazer estremecer as fundações do tempo e do espaço”, crê Rui Torrinha, o director artístico dos Festivais Gil Vicente. O primeiro abalo da 35.ª edição sente-se no Cosmos de Cleo Diára, Isabél Zuaa e Nádia Yracema, e seu resgate da mitologia africana. Depois, na “abordagem tropical” a Tchékhov n’As Três Irmãs segundo Tita Maravilha, no capitalismo sôfrego questionado pela Plataforma 285 em All You Can Eat e no Solo feminista de Teresa Coutinho.

O propósito manifesta-se ainda em duas estreias absolutas: Um Quarto Só para Si, erguido pelo colectivo Silent Party, e uma Noite de Verão assombrada por ansiedades e crises, criada por Luís Mestre no âmbito da sua Tetralogia das Estações. Fora de cena, o pensamento é sacudido por três conversas e dois debates.

Dylan e seus mistérios

Acabado de fazer 82 anos, Bob Dylan “continua a encarnar os mistérios cósmicos americanos como mais ninguém na música”. Foi assim que a Rolling Stone o descreveu por altura do lançamento do álbum Rough and Rowdy Ways, em 2020, mais uma reincidência de Dylan no velho hábito de deslumbrar a generalidade da crítica.

O disco dá o nome à digressão mundial que começou em Novembro de 2021 e que agora passa por Portugal. As novas canções dividem as atenções com clássicos a que o lendário músico (e nobelizado escritor) não se há-de escusar. Só não lhe peçam para tirar fotografias – os telemóveis estão, aliás, proibidos nos concertos.

Canções para abrir as festas

Na capital, nada assinala mais a aproximação do Verão do que a chegada das Festas de Lisboa, com os seus arraiais, casórios, manjericos, marchas, bailaricos e actividades de todo o feitio. E, este ano, também com Maria Albertina, num Bem bom, entre as Dunas, na Casinha ou com a promessa de Dou-te um doce.

São estas e outras Canções de Uma Noite de Verão que abrem as festividades juninas alfacinhas. Num concerto à beira-Tejo, Ana Bacalhau, António Zambujo, Aurea, Conan Osiris e Marta Ren dão voz aos novos arranjos feitos por Filipe Raposo, Pedro Moreira e Lino Guerreiro, com Luís Varatojo na direcção artística, com a Orquestra Pop Portuguesa a acompanhar (sob regência de Jan Wierzba) e com pirotecnia no ar.

Cantexto e comunidade

O Baixo-Alentejo volta a ter mais cante. É cortesia do Cantexto, que encomenda a sete escritores – Joana Bértholo, Richard Zimler, Regina Guimarães, Ondjaki, Isabela Figueiredo, Afonso Cruz e Marta Pais – novas modas para outros tantos grupos corais. Mas este projecto é apenas uma das expressões do Futurama, um festival que se projecta como um “ponto de encontro, atrito e travessia entre o passado e o presente”, define a organização.

A segunda edição compreende cerca de 20 propostas artísticas, entre concertos, performances, oficinas e novas criações nascidas no seio das comunidades locais. É o caso do Mal de Ulisses forjado entre migrantes pelo dramaturgo Rui Catalão ou da dança de Clara Andermatt com residentes do Bairro das Pedreiras. Entre outros momentos, também há espaço para a Insularidade com que Jacira da Conceição liga o Alentejo a Cabo Verde através da cerâmica e para o trabalho que John Romão, director artístico do festival, desenvolveu com jovens atletas.

Com fusões “altemente”

Uma aldeia típica do interior algarvio, a genuinidade das gentes da terra, a beleza da paisagem e um “ambiente descontraído e acolhedor para todas as idades e gostos”, com direito a “uns mergulhos nas suas fontes”. O convite refrescante chega de Alte, uma pequena povoação que torna a ser alvo de uma ocupação artística que vai da fonte grande à pequena, passando pelo caminho entre elas, por igrejas ou pela Queda do Vigário.

Para a sexta edição do Fusos - Festival de Fusões Artísticas, a organizadora Fungo Azul convocou nomes como Teresa Salgueiro, O Gajo ou as Saucejas, que vêm representar os cantares polifónicos da Letónia. Também se ouvirão ecos d’O Fabuloso Destino de Amália, uma radionovela de António Pires em estreia absoluta. Bailes, gastronomia, poesia, percursos, teatro e pintura são outros condimentos do programa “altemente” recheado.

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