Colonos israelitas atacam agricultores palestinianos

Um palestiniano ficou em estado grave, atingido por uma bala que terá sido disparada por um colono ou por um soldado do grupo que acompanhava os colonos.

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Um carro palestiniano incendiado por colonos israelitas ATEF SAFADI/EPA
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Um grupo de colonos israelitas atacou agricultores palestinianos lançando-lhes pedras e incendiando vários veículos, destruindo ainda dezenas de fardos de palha, segundo descrições dos media palestinianos.

Marzooq Abu Naim, responsável do conselho regional de Al-Mughayyir, uma das localidades do centro da Cisjordânia perto do local dos ataques, disse à agência de notícias palestiniana Wafa que um grupo de militares israelitas, que tinham chegado ao local para defender os colonos, disparou contra os palestinianos, deixando um homem em estado crítico.

Segundo o Ministério da Saúde da Palestina, quatro outros homens ficaram feridos por terem sido espancados ou atingidos por pedras.

“Estávamos a mudar fardos de palha quando os colonos chegaram, com soldados, e começaram a disparar contra nós”, disse Murad Abu Alia, que disse ter contado pelo menos 25 colonos de Adei Ad, que é um “colonato selvagem” (colonato que não tem autorização das autoridades israelitas, mas que é tolerado).

Attaf al-Naasan contou, pelo seu lado, à agência Reuters que um grupo de colonos incendiou o seu carro e que os soldados o impediram de alcançá-lo.

O Exército israelita afirmou que houve confrontos entre israelitas e palestinianos, com feridos dos dois lados. Acrescentou que houve colonos a disparar para o ar e carros incendiados e que as forças militares usaram meios de dispersão antimotim.

Uma delegação da União Europeia junto da Autoridade Palestiniana emitiu um comunicado condenando a violência dos colonos e pedindo a Israel que “pare todas as confiscações e demolições na Cisjordânia ocupada, devolva ou compense artigos humanitários custeados por dadores [destruídos ou confiscados] e permita acesso humanitário sem restrições”, cita o diário israelita Haaretz.

Antes deste ataque, o Exército tinha afirmado que num colonato fechado perto de Hebron um colono tinha disparado e morto um palestiniano que teria tentado levar a cabo um ataque com uma faca.

Desde Janeiro que, segundo a Reuters, morreram mais de 140 palestinianos e pelo menos 19 israelitas e estrangeiros em Israel. O ano anterior já tinha sido o mais mortífero desde a segunda intifada para os palestinianos a viver sob ocupação, com cerca de 145 mortos.

Este ano, um ataque de colonos numa localidade palestiniana, Hawara, foi descrito como um pogrom, com grupos de cerca de 400 colonos a atacar pessoas e incendiar carros e casas durante horas, em vingança por um ataque palestiniano que matou dois irmãos. A vingança terá tido aprovação pública de figuras dos partidos nacionalistas na coligação do Governo.

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