Pedro Mafama: uma cabeça pensante a ceder a um coração que sente

Adeus, melancolia, olá, felicidade. O baile vai começar e o músico lisboeta é o líder da banda, trazendo consigo culturas, sons e balanços para o mesmo lugar. Um choque (dos bons) com a realidade.

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Pedro Mafama no seu território natural: o bairro da Graça, em Lisboa. A vida dele mudou e a felicidade atravessa o novo disco MATILDE FIESCHI
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"Eu quero trocar a cor do bailarico/ Eu quero trocar o rumo do comboio/ Eu vou mudar a cor do bailarico/ Eu vou mudar o rumo do comboio." Quando escutamos Vida airada, a penúltima canção de Estava No Abismo Mas Dei Um Passo Em Frente, o segundo álbum de Pedro Mafama, já a festa está praticamente no fim, mas é aí que as suas intenções ficam registadas com maior clareza, principalmente na forma como rapidamente alterna entre o que são as suas ambições e a concretização das mesmas. “Essa parte é quase um bater no peito. Eu lembro-me de estar nos bailaricos da Graça [bairro lisboeta] e de perceber que existiam coisas ali que não se relacionavam com a minha experiência, a da minha irmã ou do nosso grupo, que era multicultural. Sentia que o bailarico precisava de músicas que não fossem só tradicionais portuguesas. Isso mudou entretanto, a kizomba está integrada. Eu dizia isso ao meu melhor amigo, o Gorba, que está na capa do disco: ‘Pá, nos bailes tem de haver kizomba.’ Essa é sempre a minha intenção: subverter os géneros e mudar a paleta de cores. Mudar o rumo do comboio no sentido pequeno e no grande. É o comboio da dança no baile e é o comboio da nossa cultura.”

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