Chefe Cozinheiro do Ano é Jeferson Dias: uma vitória com menu sabor Algarve

“Achei que devia trazer estes sabores, com os quais me identifico”. Jeferson Dias, nasceu no Brasil, cresceu em Portugal. Cozinheiro no resort Palmares, venceu o maior concurso nacional de cozinha.

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Jeferson Dias tem 29 anos e é cozinheiro no resort Palmares de Lagos dr
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É um campeonato à parte e que vai decorrendo em rondas regionais: o Chefe Cozinheiro do Ano, organizado pelas Edições do Gosto, chegou agora à sua final, com seis candidatos a concurso, todos a trabalhar nas cozinhas de reputados restaurantes do país. A vitória nesta 34.ª edição, com a prova derradeira a decorrer em Lamego esta quarta-feira, foi para Jeferson Dias, do Palmares Ocean Living & Golf.

Natural de Goioerê, Brasil, Jeferson Dias tem 29 anos e, informa a competição, conquistou o júri com um menu composto "por Capeletti e Aveludado de Cogumelos (categoria Amuse Bouche Vegan); Bacalhau e Açorda de Berbigão (Entrada de Bacalhau); Pregado em Aromas de Caldeirada (Prato de Peixe); Presa nos Aromas do Cozido (Prato de Carne) e Amêndoa, Gila e Mel (Sobremesa).

"Trabalho no Algarve há seis anos. Tenho vindo a crescer muito como cozinheiro lá e achei que devia trazer estes sabores, com os quais me identifico", disse Jeferson Dias após a vitória à agência Lusa. O profissional cresceu em Portugal, onde chegou há duas décadas. Estudou em Portalegre, trabalhou em Lisboa e depois mudou-se para o Algarve.

A sua "casa" actual, o Palmares, mega resort de luxo em Lagos, tem na restauração uma das suas estrelas maiores. Inclui o Al Sud, liderado por Louis Anjos, que depois de sustentar estrelas Michelin para o restaurante Bon Bon, contribuiu para a conquista da distinção do célebre guia para o restaurante fine dining do Palmares em 2021, apenas seis meses após a abertura. O Palmares inclui também o restaurante do Clubhouse, uma "cozinha mais descontraída".

Jeferson Dias, o terceiro cozinheiro do Palmares a conseguir esta distinção (Louis Anjos em 2012 e Ricardo Luz em 2019), fez uma dedicatória aos colegas: "Eles tiveram muita influência [na vitória] pelo apoio que me deram, pela ajuda a treinar, a pensar e a provar os pratos. Estiveram sempre comigo desde o início até agora", disse.

A prova da final durou cinco horas e meia, tendo ainda chegado à final os cozinheiros ​António Freitas (Casa Velha, Quinta do Lago), que ficou em 2.º lugar; Diogo Novais Pereira (restaurante Porinhos, Arões, São Romão), que ficou em 3.º; António Queiroz Pinto (restaurante de Tormes, Baião); João Pereira (Hotel Villa Batalha, Batalha), distinguido com o Prémio Helmut Ziebell pelo "carácter inovador das técnicas apresentadas"; e Marco Coutada (Vale da Corga, São Martinha Bougado, Trofa), distinguido com o Prémio Sustentabilidade pela "correcta aplicação de técnicas, metodologias e utilização de matéria-prima de forma sustentável".

O júri do "maior e mais antigo concurso nacional de cozinha para profissionais em Portugal" foi composto pelos mestres António Bóia, o chefe do lisboeta JNcQUOI, João Oliveira (do Vista de Portimão, 1 estrela Michelin), António Loureiro (d' A Cozinha de Guimarães, 1 estrela Michelin), Luís Gaspar (da lisboeta Sala de Corte, chefe cozinheiro do ano em 2017), além de Paulo Pinto (da Associação Cozinheiros Profissionais de Portugal).

Como jurada observadora, Ana Magalhães, vencedora do concurso no ano passado - a primeira mulher em 23 anos - e a trabalhar no Six Senses Douro Valley, localizado precisamente em terras de Lamego, cidade onde decorreu a final.

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