Palcos da semana: páginas de artes, Imaginarius, Buarque e Calcanhotto

Os próximos dias trazem seis concertos de Adriana Calcanhotto, cinco de Chico Buarque, o festival Temps d’Images, a Feira do Livro de Lisboa e o Sonho nas ruas de Santa Maria da Feira.

Fotografia de Leo Aversa
leo@leoaversa.com
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Adriana Calcanhotto apresenta Errante em estreia mundial LEO AVERSA
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Pescadores da Lua, uma das criações em cena no Imaginarius DR
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Looking from a Window Above faz parte do Temps d'Images ALÍPIO PADILHA
,Compositor
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Que tal um samba? é o convite de Chico Buarque FRANCISCO PRONER
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A Feira do Livro de Lisboa promete a maior oferta editorial de sempre Nuno Ferreira Santos
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Calcanhotto em expansão

Depois de ter fechado uma trilogia marítima com o alerta ecológico de Margem (2019) e de ter andado (2020) com canções de confinamento, Adriana Calcanhotto assume-se Errante no álbum que lançou em Março passado. Confiou na cumplicidade do trio com quem já gravara Micróbio do Samba (2011), juntou-lhe uma secção de sopros e largou amarras, como quem liberta a voz das restrições.

Num disco que “responde ao desejo da expansão”, como assinala a nota de imprensa, Adriana toca várias sonoridades, em temas como Larga tudo, Horário de Verão, Pra lhe dizer ou Prova dos nove. Até mostra, em Lovely, como compõe em inglês. Coimbra, em cuja universidade foi acolhida como embaixadora e, depois, como professora convidada, é escolhida para a estreia mundial ao vivo. Mais cinco cidades lusas se seguirão, antes de a cantautora partir para outras “errâncias” da digressão.

O sonho comanda o Imaginarius

Os transeuntes que olhem para cima, onde uma artista caminha na corda bamba entre dois edifícios, num Ponto de Partida inspirado em Kandinsky. Que convivam com Coleccionadores de Sonhos, com a poesia clown dos Pescadores da Lua, com cisnes luminosos numa parada ou com um baile que começa num candelabro. Que se deixem então levar por estas e outras fantasias, ao longo das 100 horas de programação que enchem Santa Maria da Feira de Sonho.

É este o tema da 22.ª edição do Imaginarius - Festival Internacional de Teatro de Rua, que convoca mais de 380 artistas de dez países para 35 actuações, com direito a várias estreias. As propostas passam também por instalações, workshops e uma cada vez maior ementa infantil, este ano recheada de bolhas de sabão, um chapeleiro louco e teatro surreal sobre rodas.

​Temps d’Images entre robalo e luto

Resulta da soma entre imagem e performance; divide-se em dois momentos. O primeiro está prestes a começar, com nove criações (seis em estreia absoluta) a dar corpo ao manifesto do 21.º Temps d’Images. O festival vai do museu ao espaço público, passando pelo cinema ou, como acontece na abertura, pelo Mercado do Rato, onde António Alvarenga e Cristóvão Cunha proclamam Este Peixe É Um Robalo.

Próximas paragens: Looking from a Window Above, concebido por Jessica Guez para “dançar com as suas pinturas”; Os Mortos Têm Todos as Mesmas Penas, peça do colectivo Truta no Buraco; The Wild Flowers, projecto de pop experimental em torno de Hamlet, assinado por Rui Neto; e o percurso performativo Os Passos em Volta, de Joana Braga e Diogo Alvim.

A instalação Sete Dias com o Mar à Minha Esquerda, de Francisca Manuel, a exibição dos filmes Darktraces: on ghosts and spectral dances, de Joana Castro e João Catarino, e Proskenion, de Eduardo Breda, e ainda 1 Ano Antes, performance sobre o luto de Luísa Fidalgo, completam o alinhamento. O Temps d’Images regressa para o Momento II entre 14 de Outubro e 12 de Novembro.​

Vai um samba (ou muitos)?

Não é que seja fácil arranjar bilhetes (voaram num ápice, até para a data extra) mas é um reencontro a não perder. Chico Buarque volta a dar o ar da sua graça em Portugal, depois de cá ter estado, há menos de um mês, para receber o Prémio Camões 2019. Galardoado na literatura, é como músico que o carioca mais gosta de ser descrito. E é nessa qualidade que regressa para uma série de concertos que começam com um convite: Que tal um samba?

O título do espectáculo vem de um single relativamente recente, lançado em 2022, cinco anos depois do álbum Caravanas. Já o conteúdo saltita entre canções de toda a carreira. Mônica Salmaso junta-se, como voz convidada, a Chico e sua banda.

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Chico Buarque FRANCISCO PRONER

Primavera em folhas

Com o mercado do livro a crescer e os pedidos de editores e livreiros a aumentar, a Feira do Livro chega à 93.ª edição com “a maior oferta editorial de sempre”. Composta por 340 pavilhões, só não é maior por constrangimentos de espaço, relacionados com os preparativos para a Jornada Mundial da Juventude.

Depois de uns anos empurrada para o Verão, a feira retorna este ano ao tradicional calendário primaveril. Ao vasto leque de promoções, lançamentos, encontros com autores, sessões de leitura e centenas de actividades para toda a família, junta promessas de “novos conceitos de restauração espalhados pelo recinto, mais zonas de estar e de sombra, o famoso passadiço actualizado” e acessibilidade melhorada.

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