O “derby” pode fazer o Benfica campeão. Ou não

“Encarnados” podem fazer a festa em casa do Sporting. Mas têm de ganhar se não querem deixar tudo para a última jornada.

Foto
Aursnes e Inácio, dois prováveis titulares no "derby" EPA/JOSE SENA GOULAO
Ouça este artigo
--:--
--:--

O Benfica tem tudo a ganhar. O Sporting não tem nada a perder. É esta a narrativa do “derby” deste domingo em Alvalade (20h30) a contar para a penúltima jornada do campeonato. Num jogo que é sempre mais que um jogo, os “encarnados” têm uma oportunidade de chegarem ao 38.º título de campeão sem terem de esperar pela última jornada, mas, para que isso aconteça, têm de abater o “leão” na sua própria casa – o triunfo do FC Porto sobre o Famalicão na noite anterior assim o obriga. E, repetimos, como este jogo é sempre mais que um jogo, o Sporting vai fazer tudo para que o rival faça a festa noutro lado.

É mesmo de uma vitória que o Benfica precisa para celebrar o título já neste domingo. Menos que isso e o arraial do título fica adiado uma semana, para a Luz, num jogo contra o já despromovido Santa Clara. E esta é uma oportunidade que Roger Schmidt não quer desperdiçar. “Trabalhámos muito durante esta época pelos nossos objectivos. Se estivermos focados e vencermos, seremos campeões. É uma grande motivação para nós”, sintetizou o técnico alemão do Benfica.

Só por uma vez o Benfica celebrou um título em Alvalade. Foi há 48 anos, na época 1974-75, a última com Eusébio, mas o “Pantera Negra” não esteve nesse jogo da 29.ª jornada. Aos “encarnados”, bastava um empate para ficar com o título e foi o que aconteceu. No final dos 90 minutos, 1-1, em que o Sporting marcou primeiro, por Fraguito, e Diamantino Costa empatou na segunda parte. O Benfica, que tinha na equipa jogadores como Simões, Humberto Coelho, Toni, Bento, Shéu, Jordão e Artur Jorge, terminaria esse campeonato com 49 pontos, mais cinco que o FC Porto e mais seis que o Sporting.

Nesses tempos, ainda não havia festa na Praça Marquês de Pombal (essa tradição para os clubes de Lisboa foi inaugurada em 2000 com um título do… Sporting), mas, desta vez, a “reserva” já está feita – algumas estruturas já estão montadas na praça para o caso de haver já título. E há muita gente a querer fazer a festa logo em Alvalade - os cerca de 2500 bilhetes destinados aos adeptos do Benfica voaram em poucas horas, e tem havido uma grande procura de ingressos para outras bancadas, sendo que alguns sócios dos “leões” estarão a aproveitar o momento para fazer negócio com os rivais.

Cama feita

Do lado “leonino”, joga-se, sobretudo, pela honra, por mais três pontos e pela possibilidade de poder chegar ao terceiro lugar, que dá acesso à terceira pré-eliminatória da Champions - o Sp. Braga empatou no Bessa e os "leões" podem manter essa via aberta até à última jornada. Sem qualquer título conquistado esta época, o Sporting já só se pode agarrar a um final de temporada digno, depois de uma primeira metade em que deixou quase tudo pelo caminho. E uma vitória sobre o Benfica poderá conduzir os “leões” a uma segunda volta em que fez mais pontos que o líder do campeonato – isso e a consolação de que o provável campeão não lhes conseguiu ganhar.

Para Rúben Amorim será, seguramente, uma fraca consolação e não irá apagar a má época do Sporting. “Não temos nada a ganhar neste jogo. É sempre difícil porque não estamos a lutar pelo campeonato. Para mim, é indiferente quem será campeão. É um jogo difícil, mas fomos nós que fizemos esta cama e vamos deitar-nos nela. Tudo o que pudermos retirar neste jogo vai servir no futuro. Temos um jogo difícil e estamos nesta situação por culpa nossa”, referiu o técnico “leonino”.

Sugerir correcção
Ler 8 comentários