Festival Mental arranca com arte e actividades ao ar livre

De 12 a 27 de Maio, em Lisboa, o Festival Mental vai debater a demência, trabalho, desporto e inteligência artificial. O Mental Natura é a grande novidade desta edição.

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Cinema São Jorge, em Lisboa, volta a receber o Festival Mental Daniel Rocha/Arquivo
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Saúde digital na saúde mental, inteligência artificial, demências, trabalho e desporto. Estes são os temas que vão ser abordados no Festival MENTAL - Cinema, Artes e Informação, em Lisboa, a partir desta sexta-feira. Este ano há uma novidade, o festival vai sair de portas e propor actividades ao ar livre. “Estamos a falar também de bem-estar, não é só de saúde mental”, resume Ana Pinto Coelho, directora do festival, ao PÚBLICO.

Organizado pela Safe Space Portugal, uma associação sem fins lucrativos que visa combater a iliteracia sobre saúde mental, este evento tem como principal objectivo dar visibilidade à saúde mental. Ao longo dos seus seis anos de edição — este é o sétimo —, o evento tem proposto uma programação variada, do cinema às artes, passando pelos debates e contando com vários especialistas de diferentes áreas.

O Mental Natura é a grande novidade desta edição. No último dia, 27 de Maio, o desafio é convidar os participantes para fazer um conjunto de actividades ao ar livre no Parque das Conchas e Lilases. De manhã, o tempo é dedicado aos mais novos; à tarde haverá actividades ligadas, por exemplo, ao burnout, a pensar nos adultos. “Há vários anos que queria estender [o festival] para fora de portas, no sentido de não ser só em salas fechadas”, explica a directora. Para isso, teve o apoio da Junta de Freguesia do Lumiar, sobretudo a nível de logística, acrescenta.

Mas regressando ao primeiro dia, o programa arranca, na sexta-feira, com uma tertúlia literária no Espaço Atmosfera M e que conta com a participação de alguns dos autores com livros editados pelo Mental, ao longo dos anos. Entre eles estão João Gata, autor de As Aventuras de Mr. X – a Trilogia; Paulo Vieira de Castro, autor de vários livros sobre autonomia emocional, crítica, nas organizações e na educação; e da professora Rita Tormenta. São também convidadas neste dia a autora do livro infanto-juvenil Não há mal que sempre dure, Mariana Duarte Mangas e a ilustradora, autora e fundadora da editora Curar com Livros, Alexandra Malugas, que vão reflectir acerca da literatura infanto-juvenil e saúde mental.

Entre os dias 18 e 21 de Maio, o Cinema São Jorge será uma vez mais a localização central deste evento. Além do cinema, haverá espectáculos de teatro e dança, como por exemplo, a peça "Dois", apresentado pelo Núcleo de Dança Terapia do Hospital Psiquiátrico de Lisboa. No dia 26, a música tomará conta do restaurante Ferroviário, como ferramenta para a discussão da saúde mental. André ViaMonte é o artista convidado a contar a sua história através de um espectáculo musical.

Com uma população cada vez mais envelhecida, a demência é um dos temas a tratar nesta sétima edição. Ana Pinto Coelho lembra algumas das preocupações como as pensões baixas e a falta de cuidadores. No dia 21, prosseguem as actividades com uma sessão dedicada às demências enquadrada com o filme temático "The Father", vencedor do Óscar e BAFTA para Melhor Argumento Adaptado. Estarão à conversa diversos profissionais da área como Isabel Sousa, psicóloga clínica e neuropsicóloga, e Rui Albuquerque, médico psiquiatra.

Também a saúde mental e o desporto é outra das preocupações neste encontro, à mesa sentar-se-ão os atletas de alta competição Nuno Gomes e Mariana Almeida, e ainda outros profissionais a debater o tema. Sobre este, Ana Pinto Coelho realça a pressão sentida pelos atletas de alta competição, e “o que pode isso trazer em termos de saúde mental” tanto a nível de grupo, como do próprio desportista.


Texto editado por Bárbara Wong

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