No País dos arquitectos: Uma casa no Gerês com “respeito pela paisagem”

O podcast No País dos Arquitectos é um dos parceiros da Rede PÚBLICO. Segue-nos nas plataformas habituais.

podcast-pais-arquitectos,geres,arquitetura,p3,podcasts-publico,
Fotogaleria
Rapidamente o que começou por “ser uma pequena cabana de férias” transformou-se e ganhou amplitude Fernando Guerra
podcast-pais-arquitectos,geres,arquitetura,p3,podcasts-publico,
Fotogaleria
Fernando Guerra
podcast-pais-arquitectos,geres,arquitetura,p3,podcasts-publico,
Fotogaleria
Fernando Guerra
podcast-pais-arquitectos,geres,arquitetura,p3,podcasts-publico,
Fotogaleria
Fernando Guerra
Fotogaleria
Fernando Guerra
Fotogaleria
Fernando Guerra
Fotogaleria
Fernando Guerra
Fotogaleria
Fernando Guerra
Fotogaleria
Fernando Guerra
Fotogaleria
Fernando Guerra
Fotogaleria
Fernando Guerra
Fotogaleria
Fernando Guerra
Fotogaleria
Fernando Guerra
Fotogaleria
Fernando Guerra

No 58.º episódio do podcast “No País dos Arquitectos”, Sara Nunes, da produtora de filmes de arquitectura Building Pictures, conversa com os arquitectos Luís Tavares Pereira (do atelier [A] ainda arquitectura) e Guiomar Rosa sobre a Casa na Montanha, no Gerês.

Logo no início da conversa, Luís Tavares Pereira revela que durante o projecto da Casa na Montanha houve sempre um “respeito pela paisagem”: “A casa (...) é assente num conjunto de pilotis que não só minimizam o contacto com o terreno, como também a elevam acima das árvores de modo a que a nossa vista a partir da casa (...) seja sobre as árvores para a paisagem. E, precisamente, do outro lado do rio (...) [encontra-se] o Parque Nacional da Peneda-Gerês.”

A arquitecta Guiomar Rosa sublinha também que este projecto foi um dos que contou com “uma maior participação dos clientes”: “Nós semanalmente reuníamo-nos com eles e eles – além de estarem a adorar e de estarem a viver o desenvolvimento do projecto – tinham sempre novas ideias.” Rapidamente o que começou por “ser uma pequena cabana de férias” transformou-se e ganhou amplitude: “A satisfação dos clientes e o prazer de os ver passado alguns anos e [perceber que] continuam com aquele entusiasmo de estar lá (...). Para nós não tem preço sentir que cumprimos o nosso dever, que eles estão ali, que adoram, que participaram e continuam a participar... Para eles, é um prazer enorme ir para lá. (...) E para nós é o prazer a dobrar sentir que eles sentem isso.”

A arquitecta revela também que “dentro da casa” existem “pontos privilegiados” que favorecem “o contacto com a natureza”. As “aberturas” foram feitas de forma pouco convencional e existe um sentido quase lúdico nessas ligações. Guiomar Rosa fala de “uma das janelas [do quarto]” que “espreita para a sala” e outra que existe na sala que “espreita” para a “camarata”. A própria varanda também promove a relação interior/exterior e segundo os arquitectos é aí que reside “o coração da casa”: “Não é uma varanda que está demasiado exposta. (...) [É] quase como se estivéssemos a ver a paisagem através de uma névoa (...). E cria a sensação de abrigo por não estar completamente no exterior.”

A Casa na Montanha tem a particularidade de se fazer notar por não se fazer notar. Essa sensação de “pequeno refúgio” é reforçada pela madeira que foi utilizada na estrutura da casa, nas “caixilharias”, nos “lanternins” e “nas ripas” que se encontram na varanda. Luís Tavares Pereira reconhece que a madeira “não é muito vulgar na construção corrente”, mas entende que o seu uso deveria ser promovido por se tratar de “um material regenerável”. Por outro lado, verifica que em Portugal ainda existe “dificuldade” em “obter as certificações que comprovem essa regeneração” e considera que há “um longo caminho” a percorrer: “A certificação é importante para garantir que todos os intervenientes [estejam a cumprir] – seja a nível da qualidade, da resistência e [para] comprovar que aquele material vai fazer aquilo que diz –, mas por outro lado também (...) é um limite.” Para o arquitecto, a obrigatoriedade dessa certificação pode condicionar o uso da madeira na arquitectura, mesmo quando esta apresenta qualidade e cumpre os requisitos necessários para a construção.

Durante a entrevista os arquitectos também falam sobre as fotografias do projecto que se encontram nas suas redes sociais, que vêm acompanhadas de poesia. Luís Tavares Pereira é quem procura esses poemas e diz como esta casa “suscita sensações que estão para além de uma certa objectividade da arquitectura”: “Eu acho que a arquitectura é uma disciplina que tem esta qualidade, que para nós é imensa, que é a de se relacionar sempre com tudo. Relaciona-se com o mundo da ciência, o mundo das artes, o mundo do pensamento, o mundo da técnica, o mundo da política e, portanto, nós conseguirmos convocar para o projecto essas dimensões é sempre algo fundamental. (...) Nalguns casos, algumas coisas têm preponderância sobre as outras, mas elas estão sempre presentes. Quer dizer, há sempre um questionamento e mesmo esse questionamento técnico e político é filtrado por um filtro poético e visual.”

Para saber mais sobre o projecto da Casa na Montanha e a importância da arquitectura se relacionar com outras disciplinas, ouça a entrevista na íntegra.


Segue o podcast No País dos Arquitectos no Spotify, na Apple Podcasts ou em outras aplicações para podcast.

Conhece os podcasts da Rede PÚBLICO em publico.pt/podcasts.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários