Um dia, quando se fizer o museu dos atrasos da Justiça, o mais provável é que a vitrina das culpas, na sala das desilusões dos casos penais “famosos”, fique vazia. Os processos de criminalidade económica e financeira complexa, que envolvem pessoas com notoriedade, arrastam-se sem fim à vista. Ninguém se declara responsável, ninguém se preocupa com o risco de os crimes prescreverem e ficarmos sem saber se os arguidos eram culpados ou inocentes, enfim, ninguém parece ver que podemos estar a caminhar para um colapso estrondoso de um sector vital da estrutura do Estado democrático de direito. Por isso é que digo que precisávamos de um “culpómetro”; de uma maneira qualquer de saber porque demoram tanto esses processos, quem os faz atrasar e como é que isso se resolve.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.