Joana Isidro recebe Prémio João Monjardino por estudo sobre origem do surto de mpox

Cientista do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge é a premiada deste ano do Prémio João Monjardino. O centro de investigação português esteve na dianteira da análise do vírus mpox.

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A investigação sobre a origem do vírus mpox foi essencial para entender a evolução mundial do surto LUKAS BARTH/REUTERS

A investigadora Joana Isidro recebe esta quinta-feira, em Lisboa, o Prémio João Monjardino 2022 pela co-autoria de um estudo sobre a origem, no ano passado, do surto de mpox (antes conhecida como varíola-dos-macacos), doença infecciosa declarada uma emergência de saúde pública internacional em Maio de 2022.

Joana Isidro é a primeira autora do trabalho realizado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e publicado em Junho na revista científica Nature Medicine.

O estudo, coordenado pelo microbiologista João Paulo Gomes, sugere que o vírus responsável pelo surto à escala mundial de mpox, em 2022, e que motivou 953 casos em Portugal até ao final de Março de 2023, teve uma origem ancestral comum em África e que o vírus que o provocou tem um número “anormalmente elevado” de mutações genéticas –​ no total 50 alterações no genoma do vírus.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a 23 de Julho de 2022 o surto de mpox como uma emergência internacional de saúde pública. O nível de alerta máximo mantém-se perante a redução mais lenta de casos na América do Sul e a ausência de diagnóstico e tratamento em África. Ainda assim, no continente europeu, depois de um grande aumento até Setembro de 2022, o registo de novas infecções tem sido esporádico. Desde Maio do ano passado, somaram-se mais de 85 mil casos e 92 mortes registadas devido à mpox, com mais de 98% dos casos a serem identificados em países que não têm historicamente casos desta doença.

O Prémio João Monjardino, no montante de dez mil euros, é uma iniciativa da Fundação Francisco Pulido Valente e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) que "distingue anualmente trabalhos científicos numa área específica das ciências biomédicas e da saúde" feitos por um investigador com menos de 35 anos num laboratório nacional, salienta a FCT numa nota de imprensa.

A edição de 2022 do prémio foi dedicada às doenças virais, com a entrega da distinção a ser feita no auditório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge​, em Lisboa e a ser transmitida online.

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