Palcos da semana: Carolina, Portugal, Cumplicidades, FITEI e silêncio pela guerra

Vêm aí Ana Carolina a duas vozes, Rafael Portugal em stand-up, Cumplicidades dançantes, teatro com Trauma e Bravura e a estreia de Silence, Silence, Silence, Please.

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Moria, um dos espectáculos em estreia nacional no FITEI Anna Surinyach
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Margarida Montenÿ e Carminda Soares levam o seu Simulacro ao Cumplicidades Sara Ferreira
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Rafael Portugal regressa com o solo de stand-up Eu Comigo Mesmo David Nascimento
,Cássia Eller
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Ana Carolina vem cantar Cássia Eller Priscila Prade
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Silence, Silence, Silence, Please tem estreia mundial em Coimbra Polina Polikarpova
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Do choque à coragem

Moria, do espanhol Mario Vega, traz no âmago as dores das famílias refugiadas. É uma peça imersiva e documental, baseada em testemunhos reais do malogrado campo da ilha grega de Lesbos.

Representa bem o binómio Trauma e Bravura, que move a 46.ª edição do FITEI - Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, para “investigar como o teatro é capaz de evocar conceitos como violência, memória e política”, explica a organização, dirigida por Gonçalo Amorim.

Outro exemplo é o Limbo mestiço de Victor Oliveira. Ou o Hamlet de Chela De Ferrari, onde as questões existenciais de Shakespeare são colocadas por actores com síndrome de Down. O luto segundo Flávia Gusmão em #5Bochizami, o Piloto da Plataforma Uma e o Cosmos afrofuturista de Cleo Diára, Isabél Zuaa e Nádia Yracema são outros destaques do cartaz. No total, há 14 espectáculos para ver, metade deles co-produzidos pelo FITEI.

Cumplicidades, limites e fronteiras

O festival Cumplicidades volta a “colocar a dança contemporânea no imaginário da cidade” em dois sentidos: com um Passaporte de Dança que convoca público de todas as idades para dezenas de aulas gratuitas (este ano, estendidas a sete concelhos para além de Lisboa) e com um programa de espectáculos que, nesta quarta edição, é composto por dez produções, com Limites e Fronteiras como tema.

Hugo Cabral Mendes, Roberto Dagô, Beatriz Valentim, Laura Rios, Yuko Kominami, Margarida Montenÿ & Carminda Soares, Magnum Soares, Marco da Silva Ferreira, André Braga & Cláudia Figueiredo e Guilherme de Sousa & Pedro Azevedo são os criadores em cena.

Três debates e um workshop completam as propostas do festival erguido pela Eira e dirigido por Francisco Camacho, com Luiz Antunes como programador nacional.

Portugal com ele mesmo

É mais uma investida da Porta dos Fundos a título individual. Depois dos recentes espectáculos de membros como Fábio Porchat ou Gregorio Duvivier, há encontro marcado com outro dos mais acarinhados humoristas brasileiros.

De popularidade sedimentada pela trupe mas com provas dadas sozinho – e noutros projectos, como o programa A Culpa é do Cabral –, Rafael Portugal regressa com o solo de stand-up Eu Comigo Mesmo, artilhado de boa energia, histórias hilárias e uma ou outra canção (sim, que Portugal também é cantautor).

A duas vozes

Ana Carolina está de volta, mas não vem sozinha. Na voz quente e grave da cantora brasileira cabe outro timbre, o de uma paixão que lhe vem da adolescência: Cássia Eller (1962-2001). Estranho Seria Se Eu Não Me Apaixonasse por Você é o título do concerto em que revisita a música da artista que a conquistou quando tinha 16 anos.

Ana Carolina admite que cantar Cássia “era um sonho íntimo, desde antes do início da minha carreira”. Depois de uma jornada de estudo intenso do repertório, a concretização acontece na forma de um espectáculo em cinco actos: Cartas, Palavras, Sabotagem, Girassol e um segmento-surpresa.

Silêncio, que se vai representar a guerra

Silence, Silence, Silence, Please. Um pedido desesperado e ensurdecedor nomeia a peça em que o ucraniano Pavlo Yurov encena a invasão russa a partir de histórias vindas do cenário de guerra.

Baseia-se em relatos “de civis que sofrem com os bombardeios e a ocupação, de soldados e paramédicos na linha da frente e de voluntários que abastecem o exército e fornecem ajuda humanitária à população”, explicita a folha de sala.

Cinco actores, também ucranianos, representam a (sobre)vivência e a resistência nessas condições. A dramaturgia é de Yurov e Anatoliy Tatarenko, também responsável pela cenografia.

Coimbra é palco da estreia mundial, no âmbito da Odisseia Nacional do Teatro Nacional D. Maria II. Pedro Penim, o director artístico, marca presença como moderador de uma conversa com o público depois da sessão.

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