Que serviços podem as parteiras oferecer

A comemoração do Dia Internacional da Parteira tem como objetivo salientar que estes profissionais precisam de ter os recursos necessários para desenvolverem de forma total as suas competências.

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Manuel Roberto/Arquivo
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O dia 5 de maio foi instituído em 1991, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como o Dia Internacional da Parteira (Internacional Day of Midwife), com o objetivo de salientar a importância do trabalho desenvolvido por estes profissionais em todo o mundo, que, através do seu trabalho, contribuem para a melhoria dos cuidados oferecidos às mulheres.

A intervenção destes profissionais é essencial para a promoção da gravidez saudável, de partos em segurança, e para um crescimento adequado dos recém-nascidos durante o seu primeiro mês de vida. Este dia tem sido comemorado em diversos países, através de diferentes organizações ligadas à promoção dos direitos das mulheres, das quais se destaca o ICM (International Confederation of Midwives) com grande responsabilidade na divulgação e valorização dos contributos destes profissionais para os ganhos em saúde a nível mundial.

O lema deste ano “Together again: from evidence to reality”, realça a importância da utilização da evidência científica na atividade profissional das parteiras.

A comemoração do Dia Internacional da Parteira tem também como objetivo salientar que estes profissionais precisam de ter os recursos necessários para conseguirem desenvolver de forma total as suas competências. Estes profissionais, através da prestação de cuidados maternos e neonatais, são um meio eficaz para a promoção da saúde e bem-estar das mulheres em idade reprodutiva e dos recém-nascidos e suas famílias, com um potencial de benefício sustentado na saúde da população, podendo evitar um total de 83% de mortes maternas, natimortos e óbitos neonatais.

O seu exercício profissional define-se por uma prática qualificada e um cuidado experiente e compassivo no acompanhamento das mulheres, recém-nascidos e suas famílias num continuum desde a pré-conceção, ao longo da gravidez, parto, pós-parto e ainda nas primeiras semanas de vida dos recém-nascidos.

Estima-se que a maior presença destes profissionais durante o parto permitirá evitar 2,2 milhões de mortes por ano até 2035 em todo o mundo.

As parteiras podem oferecer, além dos cuidados com a maternidade, uma ampla gama de intervenções clínicas, contribuindo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, promovendo o autocuidado e o empoderamento de mulheres e adolescentes na sua saúde sexual e reprodutiva.

Em Portugal, são o(a)s enfermeiro(a)s especialistas de Saúde Materna e Obstétrica que assumem a profissão de parteiros(as), reconhecidos pela Ordem dos Enfermeiros, após obtenção das qualificações académicas necessárias ao exercício legal da profissão.

Estes profissionais têm as habilitações necessárias, após a sua formação académica, de desenvolver intervenções de enfermagem autónomas nas áreas da sexualidade, do planeamento familiar, período pré-concecional, gravidez, trabalho de parto, puerpério, climatério e ginecologia. A sua prática clínica caracteriza-se pela intervenção na gestão de cuidados à saúde da mulher no seu contexto familiar, procurando a promoção da saúde e a prevenção da doença exercendo a sua atividade profissional no domicílio, na comunidade, nos hospitais, nas unidades de saúde e clínicas privadas.

A comemoração deste dia é uma oportunidade para homenagear e agradecer a todas as parteiras do mundo, que trabalham todos os dias para garantir que as mulheres têm uma experiência positiva de parto e que os bebés nascem saudáveis e de forma segura. É também uma oportunidade para aumentar a consciencialização sobre a importância do seu trabalho salientando a necessidade de promover melhores condições de trabalho, formação e remuneração para este importante grupo de profissionais.


A autora escreve segundo o Acordo Ortográfico de 1990

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