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O sexo depois dos 70 também é quente. Estas fotografias suadas mostram-no

As fotografias eróticas em Elder Sex, de Marilyn Minter, nada teriam de ousado ou controverso se os protagonistas não tivessem mais de 70 anos.

©Marylin Minter
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Quando Marilyn Minter foi convidada a produzir as fotografias que ilustrariam um artigo sobre a sexualidade após os 70, do The New York Times, a artista de 74 anos descobriu que encontrar voluntários para despir diante da sua câmara seria um desafio. Convidou todos os amigos da sua faixa etária e mais velhos, mas ninguém quis participar. Minter acabou por recorrer a modelos profissionais para realizar as sessões fotográficas. Durante uma delas, um dos retratados perguntou: "Mas quem é que vai querer ver isto?"

As fotografias da artista norte-americana representam cenas de intimidade que raramente encontram exposição junto do grande público. São interacções de cariz erótico entre dois corpos praticamente despidos que trocam beijos, carícias e partilham momentos de afecto e de prazer. Se os protagonistas não tivessem mais de 70 anos, as imagens poderiam facilmente figurar num outdoor de uma qualquer marca de perfume ou roupa. Tratando-se de cidadãos seniores, o caso muda de figura.

"Há tanto desprezo pelo sexo dos mais velhos", comentou a artista, numa entrevista à CNN Internacional. "Nunca ninguém fotografou pessoas idosas [num contexto sexual] de uma forma afectuosa, com este tipo de elegância", continuou, autoproclamando-se pioneira na sua abordagem. O seu objectivo, sublinha, era "fazê-los parecer muito desejáveis".

Enquanto fotografava os modelos, alguns deles com mais de 85 anos, Minter percebeu que alguns mantinham uma vida sexual activa e mais do que satisfatória. O artigo do jornal norte-americano dá conta que muitos casais encontram maior satisfação sexual já num período mais tardio da vida, altura em que conhecem melhor os seus corpos e o dos parceiros, têm maior facilidade em comunicar as suas necessidades ou preferências e abandonam o lado mais performativo do sexo. 

Numa estética característica da sua assinatura enquanto artista visual, onde a fluidez cromática e o teor sexual explícito assumem grande protagonismo, o conjunto de imagens que compõem o fotolivro Elder Sex não destoa da obra que Marylin Minter produziu ao longo das últimas quatro décadas. As suas pinturas e fotografias de partes do corpo, que ora repelem ora cativam quem as observa, tornaram-na, ao longo dos anos, numa artista incómoda por levantar questões relacionadas com sexualidade, diversidade, identidade de género e direitos reprodutivos. Nas suas obras, que muitos acusam de desafiarem os limites entre a arte e a pornografia, a provocação é omnipresente. A resposta de Minter: "Toda a vida fui uma activista."

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