Líder religioso do Quénia admite 15 mortes em “intervenções espirituais”

Apesar de Odero ter admitido a morte dos seus seguidores, os advogados reforçam que as vítimas já estavam “em estado crítico” quando chegaram ao Centro de Oração e Igreja para uma Nova Vida.

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Odero admitiu a morte de 15 dos seus seguidores do Centro de Oração e Igreja para uma Nova Vida Reuters/STRINGER

O líder religioso queniano Ezekiel Odero admitiu, este sábado, que 15 pessoas morreram durante as suas "intervenções espirituais" no centro religioso de Malindi, a mesma localidade onde foram encontrados mais de 100 cadáveres na quinta de outro líder espiritual.

De acordo com a agência espanhola de notícias, a Efe, Odero está detido no âmbito de uma grande operação das forças de segurança contra várias seitas cristãs, no seguimento da descoberta de mais de 20 valas comuns na quinta do líder espiritual Paul Mackenzie, detido em meados deste mês por fomentar o jejum entre os seus seguidores como forma de "encontrar Jesus Cristo".

Odero admitiu a morte dos seus seguidores do Centro de Oração e Igreja para uma Nova Vida, se bem que os seus advogados estejam a vincar a ideia que os falecidos já estavam "em estado crítico" quando chegaram ao centro.

"Quando as pessoas morrem, a polícia é informada; não houve nenhum caso de mortes em que as forças de segurança não tenham sido informadas", disseram os advogados do evangelista, em declarações ao jornal The Nation, citadas pela Efe.

A polícia, no entanto, não parece convencida com estes argumentos e está a ligar directamente Odero e Mackenzie devido às suas ligações empresariais, incluindo a participação no capital social de uma cadeia de televisão que ambos usavam para transmitir "mensagens radicais aos seus seguidores".

A investigação sobre Odero deverá levar a acusações de homicídio, sequestro, radicalização, genocídio, crimes contra a Humanidade, crueldade infantil, fraude e lavagem de dinheiro, acrescenta a Efe, concluindo que na terça-feira o tribunal vai decidir se é libertado ou se fica mais 30 dias na prisão da cidade de Mombaça, onde está agora.

O Presidente do Quénia, William Ruto, disse na segunda-feira que as mortes ligadas à seita são "semelhantes ao terrorismo" e prometeu endurecer as acções contra os cultos, que deturpam a religião, depois de terem sido encontrados os primeiros corpos.

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