Palcos da semana: dois actores, jazz, um grande Indie e Luta Livre que Transborda

A Peça para Dois Actores, a Mostra Internacional de Artes Performativas de Almada, a Defesa Pessoal de Varatojo, o 20.º IndieLisboa e o 18.º Portalegre Jazzfest entram em cena nos próximos dias.

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Vania Vaneau participa no Transborda com Nébula Laure Degroote
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Luísa Cruz e Miguel Guilherme interpretam A Peça para Dois Actores Pedro Macedo/Framed Photos
LUÍS VARATOJO - LUTA LIVRE - RETRATOS PROMOCIONAIS
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Luís Varatojo celebra o 25 de Abril com a sua Luta Livre em Defesa Pessoal Rita Carmo
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Something You Said Last Night é o filme de abertura do IndieLisboa DR
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Ricardo Toscano integra o cartaz do Portalegre Jazzfest Andreia Gomes Carvalho

Ai, que Transborda

Ai, Ai, Ai. É com uma tripla interjeição que abre a terceira edição da Transborda - Mostra Internacional de Artes Performativas de Almada. É o título do novo solo do coreógrafo brasileiro Marcelo Evelin, o primeiro de uma comitiva de criadores que “transformam com as suas danças hábitos perceptivos, intensificam vitalidades, friccionam limites e transbordam na prática da alteridade”, assegura a organização.

Os outros são Mariana Tengner Barros com Threshold, Vera Mantero com O Susto É Um Mundo, Vania Vaneau com Nébula e Francisco Thiago Cavalcanti com Também se Matam Cavalos e Quando Eu Morrer Me Enterrem na Floresta, este a meias com Francisca Pinto. Evelin voltará ao palco para uma Batucada de 40 performers saída de um laboratório do festival – “um desfile apoteótico e revolucionário” de “corpos subversivos e mascarados”.

Vida ensaiada

Loucura, isolamento, situações-limite, máscaras. Tudo isto converge para A Peça para Dois Actores, a peça-dentro-da-peça que Tennessee Williams estreou em 1967, com a convicção de se tratar de um dos seus melhores e mais autobiográficos trabalhos.

Chega agora às tábuas a versão encenada por Diogo Infante, com Luísa Cruz e Miguel Guilherme a fazerem as vezes dos irmãos actores que, tomados por loucos, são deixados para trás pela sua companhia, num teatro decrépito onde se sentem impelidos a dar um espectáculo que se confunde com fantasmas bem reais.

Em boa verdade, canções de protesto

Primeiro, vieram as Técnicas de Combate, em 2021. Dois anos depois, é com Defesa Pessoal que Luís Varatojo regressa ao ringue da sua Luta Livre, o projecto em que o ex-Peste & Sida, Despe & Siga, Linha da Frente e A Naifa (entre outros) dá largas à veia interventiva e politicamente engajada.

“São dez canções de protesto para acordar uma sociedade sonolenta”, descreve o músico, “bebendo da tradição de Zeca, Zé Mário Branco, mas também o folk, o ska, o hip-hop”. “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mas ainda é preciso dizer umas boas verdades”, acrescenta. Lançado no fim de Março, com o tema Panela de pressão como adiantamento, o disco chegou mesmo a tempo de oferecer a banda sonora aos festejos do 25 de Abril.

O maior Indie, entre salpicos e dates

Something You Said Last Night, de Luis De Filippis, que trouxe de San Sebastián o prémio de melhor filme, e The Adults, de Dustin Guy Defa, têm honras de abrir e encerrar, respectivamente, o IndieLisboa. Fazem parte daquele que é o mais extenso cartaz de sempre da festa do cinema independente – 314 títulos no total –, à medida da celebração da 20.ª edição.

Entre secções competitivas e sessões especiais, a tela reserva lugar ao díptico de João Canijo Mal Viver e Viver Mal, a Orlando, Ma Biographie Politique, de Paul B. Preciado, à Primeira Obra de Rui Simões e a uma retrospectiva de Jan Švankmajer.

Os pequenos cinéfilos podem contar, como sempre, com o seu IndieJúnior; os melómanos, com o hip-hop em foco num ciclo programado por Sam the Kid. Este ano, até há Cinema na Piscina. E a possibilidade de fazer match num IndieDate.

Jazz ao Alto Alentejo

Para o Portalegre Jazzfest, o motivo de festa é outro: a maioridade. O festival atinge a 18.ª edição com uma programação que, para não variar, é “ecléctica, descentralizada e recheada de jovens promessas e de nomes conceituados do panorama europeu e mundial do jazz contemporâneo”, garante a organização.

Para começar, acolhe as improvisações ao piano de Margaux Oswald, com o álbum Dysphotic Zone, seguidas do saxofone de Ricardo Toscano e seu trio em Chasing Contradictions. O cartaz prossegue com o baterista Paal Nilssen-Love aos comandos do seu Circus, o caldeirão do projecto Move, os Unlimited Dreams de João Lencastre’s Communion e a “intensa escultura de som eléctrico, esculpida pelo idioma do rock” trazida por Julien Desprez e o trio Abacaxi.

À margem do jazz, há provas de vinho e de outros produtos regionais, uma feira do disco e do livro, e as habituais jam sessions.

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