FC Porto vence Paços e fica a um ponto do Benfica

Portistas sofreram para recuperar o segundo lugar, mas cumpriram o objectivo numa segunda parte contra dez pacenses, colocando forte pressão sobre o líder.

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Galeno LUSA/MANUEL FERNADO ARAÚJO

O FC Porto venceu este sábado, por 0-2, com um penálti de Taremi a desbloquear a deslocação a Paços de Ferreira, onde os "azuis e brancos" recuperaram o segundo lugar, agora a um ponto do Benfica, sobre o qual colocou enorme pressão para o jogo da Luz, com o Estoril, da 29.ª jornada.

Tal como contra Portimonense e Santa Clara, o FC Porto teve de lutar para travar um iminente ataque de pânico, mostrando, apesar do domínio natural exercido sobre o penúltimo classificado, que a escalada que antes do triunfo no clássico com o Benfica era de 10 pontos terá de ser feita a pulso.

Taremi (66' g.p.) e Toni Martínez (83') carimbaram a vitória portista numa noite de muitos nervos. Sérgio Conceição antecipou a estratégia de César Peixoto e confiou a Otávio a batuta de maestro, na esperança de que o criativo encontrasse soluções para anular os bloqueios pacenses.

Teoricamente estruturado num 4x3x3, o jogo dos “castores” passou grande parte do primeiro tempo entre um 5x4x1 e um 4x5x1, entregando a iniciativa e controlo aos portistas. Um domínio que não se traduzia, necessariamente, em momentos de grande qualidade ofensiva ou mesmo oportunidades de golo.

Aliás, os primeiros ataques de perigo pertenceram aos locais, em dois remates consecutivos de Holsgrove e Gaitán logo nos minutos iniciais. O FC Porto escapava por muito pouco a uma falsa partida, apoderando-se a partir desse instante das rédeas do encontro. Aos poucos, a tensão na área pacense tornava-se incomportável.

De resto, o FC Porto só não marcou porque simplesmente não conseguiu rematar, fosse pelas acções oportunas da defensiva pacense ou pela desconcertante finalização de Taremi, Uribe ou Otávio, todos a falharem de forma caricata as melhores oportunidades de atirar à baliza de Vekic.

O jogo dos portistas era previsível e dependia essencialmente das bolas picadas por Otávio para a área e das investidas de Galeno. Num desses movimentos, com triangulação entre Otávio, Taremi e Pepê, o atacante brasileiro, pressionado por Antunes, caiu na área. Fábio Veríssimo assinalou penálti, mas o VAR alertou o árbitro, que após revisão do lance alterou a decisão. O contacto efectivo com a coxa e com o braço nas costas de Pepê não terá sido suficiente para a queda.

Imunes até aí, com especial destaque para Antunes, os pacences passaram a dispor de tolerância zero, o que ditou uma série de admoestações e que, no caso de Holsgrove, foram fatais, com a expulsão do médio escocês por acumulação de amarelos no espaço de um minuto, já em período de compensação.

Reduzido a dez, num jogo em que teve uma mão cheia de baixas importantes, o Paços de Ferreira juntou as linhas para uma segunda metade de sofrimento. Ao FC Porto competia gerir emocionalmente uma corrida contra o tempo, o que Taremi poderia ter simplificado logo a abrir.

Mas o iraniano, que regressou ao onze após suspensão, era uma sombra do que já mostrou no ataque portista. Taremi desesperou com nova intervenção de Vekic e ainda mais quando Pepê atirou ao lado, depois de Guedes não ter sido feliz na sequência de um deslize de Marcano.

O jogo era de sentido único e Conceição prescindia de Manafá, para apostar em André Franco. Uma substituição providencial, já que o médio sofreu falta na área e, com ajuda do VAR, o árbitro deu ordem para Taremi acertar agulhas e colocar os “dragões” em vantagem.

Depois, competia aos portistas gerir, evitar surpresas e "matar" o jogo na primeira oportunidade. Nada que Toni Martínez não fosse capaz de resolver a 7 minutos dos 90, confirmando o quarto triunfo consecutivo dos "dragões".

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