Procuradora de Beja acusa colega de a assediar
Visado encabeçava uma lista que concorria ao Conselho Superior do Ministério Público. Na sequência da denúncia desistiu da corrida.
Uma procuradora do Tribunal de Beja acusa um colega de trabalho de a assediar. O caso já deu origem quer a uma queixa-crime quer a um inquérito disciplinar, mas por enquanto a magistrada continua a trabalhar nas mesmas instalações do alegado perseguidor, uma vez que não foi decretada nenhuma medida de afastamento.
O visado encabeçava uma lista que concorria ao Conselho Superior do Ministério Público, mas que na sequência da denúncia desistiu da corrida. “Atenta a gravidade da situação, entende-se que deixaram de estar reunidas condições para prosseguir toda e qualquer actividade e a campanha eleitoral. Face à impossibilidade legal de apresentar formalmente uma desistência da candidatura, declara-se que cessam todas e quaisquer actividades referentes a esta lista”, anunciou o respectivo mandatário.
Tudo terá começado durante o ano de 2022, relata a revista Visão, quando o procurador e a colega começaram a contactar-se diariamente e com frequência, dando o salto para a troca constante de mensagens via WhatsApp, “nas quais, segundo a magistrada, foram expressas manifestações de afeição, de galanteio e até confidências sobre a vida pessoal de ambos”.
Porém, sendo ambos casados, o caso teria ficado por ali, não fosse o colega ter tentado, segundo garante a alegada vítima, beijá-la à força. Perante o afastamento da magistrada, continua a mesma notícia, o procurador continuou a enviar-lhe mensagens de cariz ameaçador, dizendo que ocupava o dia a imaginar como a poderia “magoar” e “fazer sofrer”. No mês passado a alegada vítima apresentou uma queixa-crime contra ele.
Contactado pelo PÚBLICO, o magistrado recusou-se a prestar declarações sobre o assunto, alegando ter instruções nesse sentido por parte da sua advogada. Porém, a meio desta semana disse ao Jornal de Notícias que desconhecia a a existência de qualquer processo, que não tinha sido ouvido em nada, porque nada havia feito "de errado”, “Uma denúncia só pode ter objectivos de me prejudicar”, acrescentou, dando a entender que tudo pode estar ligado à sua candidatura.