Procuradora de Beja acusa colega de a assediar

Visado encabeçava uma lista que concorria ao Conselho Superior do Ministério Público. Na sequência da denúncia desistiu da corrida.

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Denúncia já deu origem quer a uma queixa-crime quer a um inquérito disciplinar ENRIC VIVES-RUBIO

Uma procuradora do Tribunal de Beja acusa um colega de trabalho de a assediar. O caso já deu origem quer a uma queixa-crime quer a um inquérito disciplinar, mas por enquanto a magistrada continua a trabalhar nas mesmas instalações do alegado perseguidor, uma vez que não foi decretada nenhuma medida de afastamento.

O visado encabeçava uma lista que concorria ao Conselho Superior do Ministério Público, mas que na sequência da denúncia desistiu da corrida. “Atenta a gravidade da situação, entende-se que deixaram de estar reunidas condições para prosseguir toda e qualquer actividade e a campanha eleitoral. Face à impossibilidade legal de apresentar formalmente uma desistência da candidatura, declara-se que cessam todas e quaisquer actividades referentes a esta lista”, anunciou o respectivo mandatário.

Tudo terá começado durante o ano de 2022, relata a revista Visão, quando o procurador e a colega começaram a contactar-se diariamente e com frequência, dando o salto para a troca constante de mensagens via WhatsApp, “nas quais, segundo a magistrada, foram expressas manifestações de afeição, de galanteio e até confidências sobre a vida pessoal de ambos”.

Porém, sendo ambos casados, o caso teria ficado por ali, não fosse o colega ter tentado, segundo garante a alegada vítima, beijá-la à força. Perante o afastamento da magistrada, continua a mesma notícia, o procurador continuou a enviar-lhe mensagens de cariz ameaçador, dizendo que ocupava o dia a imaginar como a poderia “magoar” e “fazer sofrer”. No mês passado a alegada vítima apresentou uma queixa-crime contra ele.

Contactado pelo PÚBLICO, o magistrado recusou-se a prestar declarações sobre o assunto, alegando ter instruções nesse sentido por parte da sua advogada. Porém, a meio desta semana disse ao Jornal de Notícias que desconhecia a a existência de qualquer processo, que não tinha sido ouvido em nada, porque nada havia feito "de errado”, “Uma denúncia só pode ter objectivos de me prejudicar”, acrescentou, dando a entender que tudo pode estar ligado à sua candidatura.

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