Dois corpos, um deles mumificado, encontrados em apartamento no concelho de Oeiras

Alerta foi dado por vizinhos devido ao cheiro putrefacto que vinha da habitação onde moravam octogenário e filha.

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A PSP foi chamada para uma abertura de porta

Os corpos de um homem e uma mulher, um dos quais mumificado, foram encontrados no domingo num apartamento em Linda-a-Velha, Oeiras, depois de a PSP ter sido chamada para uma abertura de porta.

De acordo com fonte do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, a Divisão Policial de Oeiras acompanhou os bombeiros numa abertura de porta num apartamento localizado na Avenida Tomás Ribeiro. O alerta foi dado no domingo, cerca das 15h, não adiantando a fonte quem fez o pedido de abertura de porta às autoridades ou o motivo. A fonte adiantou também que a PSP "preservou o local" até à chegada da Polícia Judiciária.

Os corpos são de uma mulher com cerca de 50 anos e o seu pai, em estado mumificado, que alguns vizinhos não viam há década e meia. Raro, o processo de mumificação só ocorre espontaneamente num corpo sem vida há mais de uma década - havendo condições que podem potenciá-la, como por exemplo a desidratação ainda em vida ou o baixo grau de humidade no meio ambiente.

Segundo o CM, o alerta foi dado por vizinhos devido ao cheiro putrefacto que vinha daquela habitação. A PSP foi accionada, mas como a porta estava trancada acabaram por ser os bombeiros a entrar por uma janela, com recurso a uma auto-escada. O jornal noticia que o corpo da mulher estava "em avançado estado de decomposição, o que indicia que estaria morta há algumas semanas".

O apartamento estava repleto de lixo em todas as divisões, à excepção do quarto do idoso, cujo corpo se encontrava na cama. Já não era possível sequer usar a cozinha. A filha acumulava sobretudo livros, jornais e revistas, no meio dos quais morreu. Tudo indica que sofreria de transtorno de acumulação compulsiva. Não existem indícios de crime, embora a Polícia Judiciária esteja a investigar as causas de morte. Investigado será também se a ocultação da morte do octogenário terá como objectivo continuar a receber a pensão do progenitor.

Foi isso que terá acontecido em Mirandela em Outubro passado, quando o corpo de uma septuagenária foi descoberto num estado de decomposição que indiciava ter morrido meses antes. O filho foi detido pela Polícia Judiciária de Vila Real, por ocultação de cadáver. Em 2020 uma mulher foi condenada a um máximo de oito anos de internamento psiquiátrico depois de ter vivido com o cadáver do pai durante seis meses nas Caldas da Rainha. Cobriu o cadáver com café e chocolate em pó, aparentemente para neutralizar o odor da putrefacção. Foi-lhe diagnosticada uma psicose esquizofrénica paranóide crónica.

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