A crónica de Rogério Casanova que foi publicada este domingo no P2 refere situações envolvendo livro. Recomendo muito a sua leitura. Tem uma advertência no início ("A primeira coluna do PÚBLICO escrita na íntegra por DUAS inteligências artificiais, sem qualquer intervenção humana") e não quero estragar a surpresa da leitura mas a determinada altura deste "Diálogo entre um modelo de linguagem e um modelo de opinião natural" diz-se: "Os livros são as coisas mais importantes do mundo, e há pessoas a querer mexer-lhes." Podem lê-la a partir aqui.

Talvez queiram espreitar também a crónica "Mr. Troll and Mrs. Woke: a história cultural da irritação" ; "Recordações da casa-alfabeto" (sobre o livro de culto House of Leaves); "Charlie e a fábrica de conteúdos" ("A literatura infantil é sempre inevitavelmente didáctica, e há quem a veja como um mero instrumento terapêutico, cuja única função é formar melhores pessoas, uma espécie de 'Alcochete do espírito'"). De qualquer maneira para os interessados, as crónicas do Rogério Casanova estão todas reunidas aqui.

No documentário intitulado Whaam! Blam! Roy Lichtenstein and the Art of Appropriation, surge a questão: "Foi Roy Lichtenstein um grande artista?... Um ladrão? Ou ambos???". Vários autores de banda desenhada são ouvidos pelo realizador James Hussey e o jornalista Michael Cavna, do The Washington Post voltou a ouvi-los sobre esta polémica que tem estado em lume lento desde os anos 1960. Será que Roy Lichtenstein criou arte ou copiou-a?  Este interessante artigo pode ser lido aqui.

A antropóloga Anna Machin escreveu o livro Amamos, Porquê? para explicar o que é isso de amar. E quebrar alguns mitos. A jornalista Filipa Almeida Mendes conversou com ela sobre o tema. A entrevista pode ser lida no Leituras.

Filipa Martins é a autora da biografia O Dever de Deslumbrar (sobre a Natália Correia). No Ípsilon desta semana a jornalista Isabel Lucas escreve sobre esta obra: "Estruturado cronologicamente, o livro organiza-se por décadas e incide sobre todas as facetas da mulher que, depois de ter reeditado o poema Em Defesa do Poeta — escrito para ser lido em tribunal em 1966, quando foi julgada pela publicação de Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e Satírica —, pediu para ser chamada poetisa. Em 1966 escrevia: ‘Senhores juízes, sou um poeta.’ O seu advogado, Palma Carlos, aconselhou-a a não dizer o poema ali. Poucos anos depois, no início da década de 70, Natália voltava a ele para recuperar o feminino da palavra poeta. O gesto ia contra os preceitos do seu tempo em que se reivindicava a designação de poeta para a mulher que escrevesse poesia. Soava mais paritária. Aos 50 anos, ela discordava." Podem ler este artigo aqui.

Ainda sabemos ler sem distracções? – Foi o tema de capa do Ípsilon da semana passada.

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Esta semana chegam às livrarias

NÃO-FICÇÃO

O Essencial da Política Portuguesa
Autoria: Jorge M. Fernandes, Pedro C. Magalhães e António Costa Pinto
Tradução: Maria de Fátima do Carmo
Editora: Tinta-da-china e Fundação Manuel dos Santos
936 págs., 37,90€
Nas livrarias a 20 de Abril

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O livro O Essencial da Política Portuguesa - Oxford Handbook of Portuguese Politics, de Jorge M. Fernandes, Pedro C. Magalhães e António Costa Pinto, vai chegar às livrarias portuguesas no dia 20 de Abril, publicado pela Tinta-da-china e pela Fundação Manuel dos Santos. Um dos autores, o politólogo Pedro Magalhães, conversou com a jornalista Ana Bacelar Begonha e explica que embora já existissem manuais sobre a política de outros países, não havia ainda um sobre Portugal que mostrasse o "estado da democracia portuguesa 50 anos depois" do 25 de Abril de 1974. Podem ler a entrevista no Leituras.

No dia 20 de Abril, às 17h, no Quartel do Carmo, em Lisboa, a Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) promove a conferência 5 décadas de democracia: o que mudou?. É a primeira de uma série de iniciativas que a FFMS irá promover ao longo do ano de 2023 para pensar a democracia portuguesa e este livro será apresentado lá.

NÃO-FICÇÃO

O Império às Costas - Retornados, racismo e pós-colonialismo
Autoria: João Pedro George
Editora: Objectiva
672 págs. 29,95€
Nas livrarias a 17 de Abril

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"Este livro tentou fazer uma história social, ou uma sociologia da história, dos grupos criados pelo Império Colonial. (…) Em Portugal, descolonização e transição para a democracia cruzam-se, sobrepõem-se e confundem-se. Entre ambas há um enredamento indestrinçável. Os retornados constituem, por isso, um objecto privilegiado para estudar o impacto da descolonização numa democracia ainda muito incipiente", escreve o sociólogo e investigador do Instituto Português de Relações Internacionais, na "Conclusão". Com capítulos sobre Mega Ferreira na Secretaria de Estado da Informação e Turismo (SEIT); sobre o acolhimento dos retornados; com análise da toponímia colonial e de discursos dos partidos políticos no Parlamento. E ainda o caso da Universidade do Minho e o assassínio de Alcindo Monteiro. Numa nota dá-se conta que a investigação que deu origem a este livro foi financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia no âmbito do projecto de Pós-Doutoramento "Descolonização e democratização em Portugal: o caso dos retornados" que João Pedro George está a concluir.

No Leituras podem ver outras "Saídas de Livros".

Um novo episódio do podcast do Encontro de Leituras está disponível nas plataformas habituais. A sessão em que a convidada foi Pilar del Río e o seu livro A Intuição da Ilha. Os dias de José Saramago em Lanzarote foi uma das mais emotivas. Podem ouvir aqui ou nas plataformas habituais.

Até para a semana.