Rússia ensaia lançamento de míssil intercontinental “avançado”

Ministério da Defesa russo fala num ensaio balístico “bem-sucedido” na zona do mar Cáspio e diz que o projéctil atingiu o alvo designado “com precisão”.

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Imagem de um ensaio russo, realizado em Abril do ano passado, que envolveu um míssil intercontinental RS-28 Sarmat Reuters/RUSSIAN DEFENCE MINISTRY

O Ministério da Defesa da Federação Russa anunciou esta quarta-feira que realizou, na véspera, e com sucesso, um ensaio balístico na zona do mar Cáspio, na Ásia Central, que envolveu o lançamento de um míssil intercontinental “avançado”.

“A 11 de Abril de 2023, uma equipa de combate das Forças de Mísseis Estratégicos lançou com êxito um míssil balístico intercontinental a partir de um sistema móvel de mísseis terrestres no Campo de Treino Multisserviços do Estado Central, em Kapustin Yar, na região de Astracã”, informou o ministério, num comunicado, citado pela agência russa Tass.

“A ogiva do míssil de treino atingiu um alvo simulado no Campo de Treino de Sary-Shagan [no Cazaquistão] com precisão”, acrescenta. “O lançamento cumpriu integralmente a sua missão.”

O Kremlin justificou o ensaio com a necessidade de “testar equipamento de combate avançado de mísseis balísticos intercontinentais” e explicou que o “lançamento permitiu confirmar a correcção do desenho de circuito e as soluções técnicas usadas no desenvolvimento de novos sistemas de mísseis estratégicos”.

O ministério russo não revelou o modelo do míssil, mas as suspeitas recaem no RS-28 Sarmat – a que a NATO chama de Satan 2 –, um projéctil com um alcance máximo de 18 mil quilómetros, capacidade para transportar até 16 ogivas nucleares e que foi descrito por Vladimir Putin como “invencível”.

Em Abril do ano passado, Moscovo divulgou imagens de um teste com um míssil intercontinental daquele modelo.

O ensaio de terça-feira acontece cerca de dois meses depois de o Presidente russo ter anunciado a suspensão da participação da Rússia no tratado de armamento nuclear New START (Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas) com os Estados Unidos e pouco menos de um mês depois de revelar um acordo com a Bielorrússia para o armazenamento de armas nucleares tácticas russas no seu território.

Apesar de ter o grosso das suas forças e meios de combate focado e envolvido na invasão da Ucrânia, a Federação Russa tem realizados vários ensaios balísticos e militares nas últimas semanas em zonas mais remotas do seu vasto território.

No final de Março, disparou dois mísseis supersónicos antinavio P270 Moskit no mar do Japão e realizou manobras com navios e aviões de guerra no golfo de Pedro, o Grande, ao largo de Vladivostok.

Antes disso, no início desse mês, já tinha lançado um míssil de cruzeiro do tipo Kalibr a partir de um submarino nuclear, também no mar do Japão.

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