EUA enviam submarino nuclear para o Médio Oriente

A divulgação foi feita pela própria Marinha norte-americana, algo que é raro. Tensão entre Washington e Teerão tem vindo a aumentar.

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Marinha norte-americana divulgou imagens do submarino nuclear USS Florida no Canal do Suez ELLIOT SCHAUDT/U.N.NAVY CENTRAL/Reuters

A Marinha dos Estados Unidos enviou um submarino com capacidade nuclear para o Médio Oriente para “ajudar a garantir a segurança e estabilidade marítima regional”, num contexto de aumento da tensão com o Irão.

O anúncio foi feito este sábado pela própria Marinha, que até divulgou uma fotografia do submarino, o USS Florida, da classe Ohio, tirada na altura em que atravessava o Canal do Suez a caminho do Golfo Pérsico. É muito raro que a Marinha dos EUA revele publicamente a posição dos seus submarinos, segundo a Associated Press.

O porta-voz da Quinta Frota da Marinha, Timothy Hawkins, não disse qual é a missão do submarino, mas explicou que tem capacidade para “transportar até 154 mísseis cruzeiro Tomahawk”, que podem atingir alvos a 2500 quilómetros de distância. A Quinta Frota está estacionada no Bahrain e é responsável pela supervisão do Estreito de Hormuz, por onde passa perto de 20% do petróleo comercializado em todo o mundo.

O reforço da presença militar na região acontece numa altura em que a tensão com o Irão tem aumentado. Washington e os seus aliados acusam o regime de Teerão de ser responsável por ataques contra navios comerciais e petroleiros.

No mês passado, um funcionário ao serviço dos Estados Unidos na Síria foi morto por um drone, que também feriu cinco militares norte-americanos e outro trabalhador. O Departamento de Estado disse que o aparelho tinha origem iraniana.

Em resposta, as forças norte-americanas bombardearam instalações militares no Leste da Síria usadas por grupos com ligações ao regime iraniano.

As relações entre os EUA e o Irão degradaram-se nos últimos anos, sobretudo depois de o ex-Presidente Donald Trump ter retirado Washington do acordo nuclear assinado em 2015 que tinha como objectivo controlar o desenvolvimento nuclear do Irão. Desde então, os esforços para restaurar o tratado têm dado poucos frutos.

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