Golfinhos da Ucrânia encontram novo lar na Roménia

Os animais e os treinadores fugiram de Kharkiv para Odessa quando a guerra começou. Os golfinhos esperaram dois meses para terem autorização para entrar na União Europeia.

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Os animais foram levados para Odessa quando a guerra na Ucrânia começou Reuters/STRINGER
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A treinadora ucraniana Sonia Chezghanova interage com dois golfinhos no dolphinarium de Constanta Reuters/STRINGER
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Os golfinhos esperaram dois meses para poderem ser levados para a União Europeia Reuters/STRINGER

No aquário de golfinhos da cidade portuária de Constanta, no mar Negro, os treinadores romenos e ucranianos deixam que os golfinhos os guiem, apesar das barreiras linguísticas que existem.

No ano passado, este espaço acolheu quatro golfinhos, três leões-marinhos e os respectivos treinadores e médicos veterinários que fugiam dos bombardeamentos na cidade ucraniana de Kharkiv, no leste do país.

"Agora temos mais colegas... Colegas humanos ucranianos e colegas golfinhos ucranianos", diz a treinadora romena Mona Mandrescu depois de uma actuação para centenas de crianças de uma escola.

"Damo-nos muito bem juntos, falamos a mesma 'língua'. É a melhor coisa que poderia acontecer aos nossos golfinhos", acrescenta.

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Os treinadores e médicos ucranianos vieram com os animais Olimpiu Gheorghiu/REUTERS

A Roménia é um dos 14 estados da União Europeia que têm golfinhos e outros animais marinhos em cativeiro e locais específicos para o efeito. O aquário de Constanta, que faz parte de um museu de ciências naturais e de um complexo de investigação, é a casa de duas fêmeas de golfinho, Ni Ni e Chen Chen, desde 2010.

Quando as tropas russas invadiram a Ucrânia em Fevereiro de 2022, o aquário de golfinhos de Kharkiv tentou levar as espécies marinhas para um local mais seguro. Nessa altura, os golfinhos Kiki, Maya, Marusia e Veterok, e os leões-marinhos Alex, Mary e Zosya foram rapidamente transportados para a cidade ucraniana de Odessa, também no mar Negro, e esperaram dois meses até que os oficiais romenos e ucranianos terminassem toda a papelada necessária para os trazer para a União Europeia.

Os animais chegaram a Constanta no início de Maio do ano passado e foram colocados em quarentena durante um mês antes de serem apresentados aos dois golfinhos residentes. "Foi uma nova experiência para nós e para os nossos animais porque somos diferentes, eles têm duas fêmeas muito velhas e muito bonitas, nós temos animais muito jovens, e, no início, foi complicado", explica a líder da equipa ucraniana Elena Komogorova.

"Mas neste momento, são bons amigos — e o mesmo acontece com a nossa equipa", completa.

Os golfinhos começaram a actuar juntos no final de Junho. Em cada espectáculo nadam com treinadores, saltam pelo meio de arcos e equilibram bolas, enquanto os leões-marinhos interagem com o público.

"Queremos que eles fiquem connosco o máximo de tempo possível", assegura o gerente do aquário romeno, Iulian Calin. "São pessoas e golfinhos trabalhadores e queremos que fiquem connosco porque fazemos uma bela família", conclui.

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