Estoril Open com quadro de luxo abre temporada de terra batida
Norueguês Casper Ruud é principal cabeça-de-série num torneio com dois tenistas do top 10 mundial. Nuno Borges, com entrada directa, e João Sousa, com wild card, defendem as cores nacionais.
Tudo a postos para o início da temporada europeia de terra batida, que neste sábado será inaugurada pelo Estoril Open — único torneio nacional do circuito ATP —, arrancando com a fase de qualifying nos courts do Clube de Ténis do Estoril, e concluída, a 28 de Maio, em Roland Garros.
A reformulação do calendário do ATP Tour, com a passagem dos Masters 1000 de Roma e Madrid para duas semanas, motivou o reposicionamento do ATP 250 português, que antecede Monte Carlo, surgindo imediatamente a seguir aos Masters 1000 de Indian Wells e Miami, em piso rápido.
Uma conjugação favorável, uma vez que a oitava edição de um torneio refundado em 2015, mas que tem 35 anos de existência, “rivaliza” apenas com Houston (EUA) e Marraquexe (Marrocos), permitindo a concentração de algumas figuras que ajudam a formar um raro quadro com alguns dos mais cotados tenistas da actualidade.
A começar pelo norueguês Casper Ruud, número quatro do ranking mundial (o mais elevado de todos os que participaram no torneio português). Ao finalista de Roland Garros e do US Open, em 2022, junta-se, à última hora, o polaco Hubert Hurkacz, nono do ranking ATP, semifinalista de Wimbledon em 2021 (onde eliminou Roger Federer), ano em que conquistou o Miami Open.
Esse foi, de resto, um dos seis títulos ganhos pelo substituto de Sebastian Korda, semifinalista no Estoril em 2022, que continua a recuperar da lesão no pulso que o levou a abandonar o recente Open da Austrália.
Báez em defesa do título
Apesar da desistência do norte-americano, filho de Petr Korda, e do suíço Stan Wawrinka, antigo número três mundial, o Estoril Open reúne nomes como o do argentino Sebastián Báez (33.º), que vai defender o título conquistado no ano passado, para além de outros ex-campeões: como o espanhol (51.º do ranking) Albert Ramos-Vinolas (2021) ou o português João Sousa (156.º), em 2018, o mais cotado da história entre a elite nacional. Isto, para além de receber os espanhóis Davidovich-Fokina (25.º) e Roberto Bautista Agut (28.º e ex-top 10), que, a exemplo do jovem talento norte-americano Ben Shelton (39.º), recebeu um dos três wild cards.
Filho de Bryan Shelton, antigo tenista profissional e primeiro afro-americano a conquistar dois títulos ATP depois de Arthur Ashe, Benjamin vai pisar pela primeira vez um court de terra batida na Europa.
Um desafio interessante para o estilo agressivo, apoiado num serviço potente e no jogo de rede, de Ben Shelton, que esteve muito perto de chegar às meias-finais do Open da Austrália de 2023 na primeira vez que jogou fora dos Estados Unidos. Shelton reencontra o português Duarte Vale, com quem conquistou o campeonato nacional universitário dos EUA em 2021.
Apesar de não constar do top 100, o austríaco Dominic Thiem (106.º) — vencedor do Open dos Estados Unidos de 2020 — regressa ao Estoril Open para tentar “vingar” a eliminação na primeira ronda e para se juntar a João Sousa.
Com entrada directa no quadro, o português Nuno Borges (68.º) surge num momento de forma assinalável para tentar superar a prestação da última edição, em que foi eliminado nos oitavos-de-final pelo norte-americano Frances Tiafoe, finalista vencido, actualmente 14.º do ranking ATP. Borges defende, de resto, o título de pares, conquistado no Estoril com Francisco Cabral.