Parlamento unânime no pesar pelas vítimas do Centro Ismaili e aplaude famílias

Augusto Santos Silva disse à comunidade que o que aconteceu “nada prejudica” a sua integração na sociedade portuguesa.

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Centro Ismaili de Lisboa foi inaugurado em 1998. Rui Gaudencio

A Assembleia da República aprovou nesta sexta-feira por unanimidade um voto de pesar pelas vítimas do ataque de terça-feira no Centro Ismaili de Lisboa e todos os deputados um longo aplauso, de pé, às famílias, aos responsáveis do centro e ao representante do Imamat Ismaili em Lisboa​ que estiveram presentes nas galerias. O ataque matou duas mulheres, Mariana Jadaugy e Farana Sadrudin, e fez ainda um ferido grave, um professor, que se encontra ainda hospitalizado.

No final do minuto de silêncio e do aplauso, Augusto Santos Silva fez questão de salientar, dirigindo-se aos convidados, que o incidente "nada prejudica a integração da comunidade" na sociedade portuguesa nem o trabalho que a comunidade tem feito com as autoridades nacionais.

"O suspeito destes crimes, de 28 anos, é de nacionalidade afegã, e veio para Portugal, como refugiado, juntamente com os três filhos menores, tendo as autoridades policiais já considerado 'afastados todos os sinais de terrorismo'", realça o voto de pesar da autoria do presidente Santos Silva e subscrito pelo PS, PSD, BE, IL e PAN.

"Este vil ataque", como o classifica Santos Silva, ocorreu no seio de "uma comunidade muçulmana há várias décadas muito bem integrada na sociedade portuguesa", salienta o texto. Desde a sua inauguração, há 25 anos, que o Centro Ismaili de Lisboa prossegue iniciativas no âmbito do apoio ao desenvolvimento, "com um importante trabalho de cariz educativo, social e cultural, incluindo ao nível da integração de refugiados".

Trata-se de uma instituição que "trabalha para o bem comum", que conta com a "dedicação de pessoas como as vítimas, duas mulheres ainda jovens" descritas nos últimos dias por todos como tendo um "espírito generoso e solidário".

Augusto Santos Silva deixa também uma palavra de elogio às autoridades policiais dizendo que "a tragédia terminou com a [sua] pronta resposta". A PSP chegou ao local rapidamente e "neutralizou o agressor", assim como os serviços de emergência médica, que assistiram os presentes e o professor ferido durante o ataque.

"Nestes dias de grande comoção, temos assistido a múltiplas manifestações de solidariedade por parte da sociedade portuguesa e das instituições políticas e religiosas, a que o Parlamento se associa através deste voto", remata.

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