Quase seis cartões por jogo na Primeira Liga, um pouco mais de seis na segunda divisão. É este o registo português num estudo divulgado nesta quarta-feira pelo Observatório do Futebol (CIES), que deixa as competições profissionais portuguesas numa posição de destaque indesejado.

É trivial dizer-se que o futebol sul-americano é muito duro e emotivo, obrigando os árbitros a recorrerem aos cartões no controlo dos jogos. E o CIES, que analisou 76 campeonatos desde 1 de Janeiro de 2020, prova que essa ideia está certa.

Nos primeiros nove lugares do ranking de campeonatos com mais cartões há sete da América do Sul. Quem são os outros dois? Primeira e segunda divisões de Portugal, claro. São 6,04 cartões na II Liga e 5,90 na I Liga (soma de amarelos e vermelhos), valores só superados por campeonatos como Ecuador, Venezuela, Uruguai e Bolívia, a líder do ranking (7,01 cartões).

Só a partir do top 10 começam a surgir outros campeonatos europeus, como o ucraniano, o russo, o búlgaro ou o espanhol.

No lado oposto do ranking, o da menor expressão em matéria de cartões exibidos pelos árbitros, estão as duas primeiras divisões japonesas e neerlandesas, seguidas da primeira norueguesa e da Premier League, já uma presença habitual no prisma positivo de faltas assinaladas e cartões exibidos.

Como curiosidade, na I Liga 2022/23 é o lisboeta Hélder Malheiro quem mais contribui para a elevada média de cartões amarelos (6,46 por jogo), seguido dos árbitros FIFA Tiago Martins e Gustavo Correia. No capítulo dos vermelhos é Nuno Almeida quem lidera. O árbitro algarvio já expulsou nove jogadores, mais um do que Manuel Mota e Manuel Oliveira. Nota ainda para João Gonçalves, árbitro que ainda só dirigiu seis jogos na I Liga, mas já leva quatro vermelhos exibidos.

No lado mais "suave" do ranking, o minhoto Manuel Mota é que mais economiza os cartões amarelos (quatro por jogo), enquanto o também minhoto João Pinheiro, árbitro FIFA, é o que menos recorre ao vermelho (ainda só exibiu dois nesta temporada).