FMI alerta para riscos no sistema financeiro e pede vigilância

Directora-geral do Fundo Monetário Internacional diz que, depois da queda do SVB e do Credit Suisse, a incerteza é elevada e os riscos para o sistema financeiro europeu e norte-americano aumentaram.

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Kristalina Georgieva, directora-geral do Fundo Monetário Internacional, esteve este domingo num conferência em Pequim Reuters/JING XU

A directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, alertou neste domingo que os riscos quanto à estabilidade do sector financeiro continuam a ser elevados e desafiou os países a permanecerem vigilantes.

Falando numa conferência em Pequim, Kristalina Georgieva sublinhou que as incertezas criadas com a queda do Silicon Valley Bank (SVB), nos Estados Unidos, e do Credit Suisse, na Europa, continuam a ser elevadas e não estão totalmente ultrapassadas.

Exemplo disso foi o que se passou na passada sexta-feira, dia em que as bolsas europeias registaram quedas acentuadas, devido à turbulência causada pelo recuo de mais de 12% das acções do banco alemão Deutsche Bank.

A responsável máxima do FMI reconheceu que as economias avançadas “tomaram medidas decisivas” para responder aos riscos de instabilidade financeira criados nas últimas duas semanas.

“Estas medidas aliviaram até certo ponto as tensões do mercado, mas a incerteza é elevada, o que sublinha a necessidade de uma vigilância contínua”, sublinhou, citada pela Reuters.

Ainda assim, acrescentou, o FMI continua a acompanhar de perto o que está a acontecer nos países com níveis de dívida mais elevados e a avaliar de forma permanente as implicações para a estabilidade financeira global e para as perspectivas económicas dos vários países.

Kristalina Georgieva reiterou que 2023 será outro ano desafiante, antecipando uma desaceleração do crescimento global para menos de 3% por causa da guerra na Ucrânia, das cicatrizes deixadas pela pandemia e da subida das taxas de juro.

Mesmo com uma perspectiva melhor para 2024, sublinhou, o crescimento global permanecerá abaixo da sua média histórica de 3,8% e as perspectivas quanto ao futuro continuarão a ser fracas.

O FMI, que previu um crescimento global de 2,9% este ano, deve divulgar novas previsões em Abril.

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