Gordon Moore, co-fundador da Intel e pioneiro de Silicon Valley, morre com 94 anos

“O mundo perdeu um gigante, um dos fundadores de Silicon Valley e um verdadeiro visionário, que preparou o caminho para a revolução tecnológica”, afirmou o diretor-executivo da Apple, Tim Cook.

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Uma imagem de Gordon Moore projectada num evento da Intel, em 2015 Reuters/Rick Wilking

O co-fundador da fabricante de semicondutores Intel, Gordon Moore, que criou uma teoria sobre a evolução tecnológica dos chips de computador, morreu na sexta-feira com 94 anos, informou a sua antiga empresa.

Em 1968, Gordon Moore fundou a NM Electronics com o físico Robert Noyce, apelidado de "Mayor of Silicon Valley" (Presidente da Câmara de Silicon Valley). Alguns meses mais tarde, os dois homens compraram o nome Intel, por 15.000 dólares.

Gordon Moore foi director executivo da empresa de 1979 a 1987.

Em 1971, a Intel comercializou o primeiro microprocessador, um processador programável contendo vários milhares de transístores, uma revolução.

Actualmente, a Intel é o maior fabricante de semicondutores dos Estados Unidos e o terceiro maior do mundo em receitas, atrás da Samsung da Coreia do Sul e da TSMC de Taiwan.

Em 1965, enquanto funcionário noutra empresa, Fairchild Semiconductor, Gordon Moore previu num artigo publicado na revista Electronics que a densidade de transístores em microprocessadores iria duplicar todos os anos.

Modificou a projecção em 1975, para uma duplicação a cada dois anos. Outro pioneiro dos microprocessadores, Carver Mead, chamou a esta profecia a Lei de Moore.

A evolução das capacidades do microprocessador seguiu a Lei de Moore durante décadas, multiplicando o desempenho da electrónica e da computação enquanto reduzia os seus custos.

"Circuitos integrados vão levar a maravilhas tais como computadores em casa – ou, pelo menos, terminais ligados a computadores centrais –, controlos automáticos para automóveis e equipamentos portáteis pessoais de comunicação", escreveu Moore no seu artigo, duas décadas antes da "revolução do PC" e mais de 40 anos antes de a Apple lançar o iPhone.

"O mundo perdeu um gigante, um dos fundadores de Silicon Valley e um verdadeiro visionário, que preparou o caminho para a revolução tecnológica", escreveu na rede social Twitter o diretor-executivo da Apple, Tim Cook.

Os especialistas prevêem que a Lei de Moore não tardará a deixar de ser aplicada devido aos limites físicos da integração de transístores num microprocessador.

"É definitivamente bom estar no local certo à hora certa", disse Moore numa entrevista em 2005. "Tive muita sorte por entrar na indústria dos semicondutores na sua fase inicial. Tive a oportunidade de passar do tempo em que não conseguíamos fazer um único transístor de silicone para o tempo em que pusemos 1,7 mil milhões deles num único chip! Foi uma aventura fantástica".

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