Cartas ao director

Novo aumento de salários

Parece que as contas publicas do ano passado tiveram um saldo positivo que muito se deve à cobrança de impostos, que decorrem também da inflação, a qual sugere também algum oportunismo por parte dos operadores, na formação de preços ao consumidor, quando os salários não acompanham o aumento da escalada de preços, e cujas consequências têm efeitos negativos na vida das pessoas.

Num país que está na cauda da Europa em muitas áreas, a notícia de que existem condições para um novo aumento salarial em 2023 acaba por ser positivo, quando poderá contribuir para minimizar as dificuldades sentidas por muitos portugueses, cuja qualidade de vida está dependente da sua capacidade financeira, para fazer face às necessidades e contratempos que surgem de forma inesperada.

Importa saber se o anúncio de tais aumentos não será apenas para limpar a imagem de um governo com boas intenções, ou estará dependente de publicações em portarias governamentais que atrasam a sua implementação na prática, penalizando ainda mais aqueles aos quais os aumentos se destinam, onde acabam por ter pouca relevância os discursos de circunstância, sem aplicação prática atempada, porque, se é urgente a implementação de medidas de combate às dificuldades das pessoas, não faz sentido o atraso na sua regulamentação porque a solução para as dificuldades das mesmas deve estar em primeiro lugar.

Américo Lourenço, Sines

Os argumentos de Soares dos Santos

Pedro Soares dos Santos, administrador/dono do Pingo Doce resolveu, em nome do seu supermercado, defender-se e defender o sector de supostas acusações do ministro da Economia sobre o abuso nas margens de lucro por estes hipermercados. Toda a gente vê os aumentos exagerados dos bens alimentares. Toda a gente sabe dos lucros extraordinários destas cadeias de distribuição em 2022. Será que, se não houvesse abuso nas margens de lucro destes estabelecimentos, eles teriam estes lucros? Este senhor também se insurgiu contra os supostos impostos que o Governo pretende impor sobre estes lucros. Também é sabido que estas empresas têm, regra geral, a sua sede na Holanda, onde se pagam menos impostos. No meu ponto de vista, só posso dizer, é preciso descaramento, ou não será?

Mário Pires Miguel, Reboleira

A instrução deve ter igualdade de oportunidades

Os estudantes universitários deparam-se com vários problemas para resolver e desde logo surge o alojamento. São mais de 40% os que estão deslocados em Lisboa. E Carlos Moedas inaugurou, com pompa, uma residência universitária com quartos, cujos preços vão de 700 a 1100 euros(!). A maioria das famílias depauperadas pelas crises sucessivas não pode suportar aqueles especulativos preços. Moedas, ao respaldar aquela enormidade de preços, goza com quase todas as famílias que não têm rendimentos para os seus filhos terem casa. Conheço estudantes à beira da desistência porque não têm suporte face a custos tão inflacionados, mesmo que um quarto custe mais de 400 euros... A propaganda eleitoral do candidato Moedas à Câmara de Lisboa não contemplava alojamento estudantil a preços hiperinflacionados. Assim veio destacar, ainda mais, as desigualdades económicas abissais entre jovens universitários. É o liberalismo do mercado de Moedas a funcionar no seu pior, para ajudar a exponenciar a já instalada especulação imobiliária, no âmbito duma rentável moeda...

Vítor Colaço Santos, São João das Lampas

"Vampiros"

<_o3a_p> O saudoso Zeca Afonso, na sua canção Os vampiros diz que "eles comem tudo, eles comem tudo. Eles comem tudo, e não deixam nada." Esta frase assenta muito bem ao Estado português. Na hora de cobrar aos contribuintes a parte que lhe pertence, aí está o Estado, autêntica sanguessuga. Não perdoa, lá está a máquina sempre funcional, para o lado do Estado. Desde que me conheço, e já lá vão quase 70 primaveras, sempre vi na máquina do Estado uns belíssimos cobradores. Em contrapartida, é um mau pagador, não honra com os seus deveres. Como se não bastasse, devido ao Estado não estar a pagar o apoio há 18 meses às empresas de transportes, vai impedir os ex-combatentes de beneficiarem da gratuitidade do passe social.

Este desgoverno tem pautado o seu péssimo desempenho por falhar com os seus compromissos, entre muitas outras decisões, que desacredita o primeiro-ministro e seus pares. Por isso, está de uma forma grosseira a faltar ao respeito aos ex-combatentes, que devem merecer muito mais respeito. Não é, senhor primeiro-ministro?<_o3a_p>

Mário da Silva Jesus, Codivel

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