Concentrado de urânio desaparecido na Líbia reaparece quase intacto no mesmo local

Agência Internacional de Energia Atómica, que tinha dado conta do desaparecimento, enviou um comunicado aos Estados-membros a informar que os tambores tinham sido devolvidos ao mesmo armazém.

Foto
Medição de radiações no centro de investigação nuclear de Tajoura, no Líbano, em 2011 Anis Mili/REUTERS

A maior parte das cerca de 2,5 toneladas de concentrado de minério de urânio natural (UOC) recentemente declaradas desaparecidas de umas instalações na Líbia foram encontradas naquele mesmo local, disse o órgão regulador nuclear da ONU aos Estados-membros esta sexta-feira, num comunicado visto pela Reuters.

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) tinha informado os Estados-membros a 15 de Março, numa declaração confidencial, que dez tambores contendo o UOC haviam desaparecido de umas instalações na Líbia que não estavam sob controlo do Governo.

Embora a quantidade de material físsil seja menor do que a necessária para fazer uma bomba nuclear e precise passar por processos conhecidos como conversão e enriquecimento para ser utilizável, a AIEA disse na altura que perdê-lo podia "apresentar um risco radiológico", ao mesmo tempo que gerava "preocupações de segurança nuclear".

Após a declaração das forças do leste da Líbia na semana passada, de que os tambores de UOC foram encontrados perto do armazém de onde foram retirados no sul da Líbia, a AIEA realizou uma inspecção na terça-feira e descobriu que apenas "uma quantidade relativamente pequena de UOC ainda estava desaparecida", afirma a agência na sua declaração de sexta-feira.

“Durante a [inspecção], os inspectores da Agência observaram que os tambores que não estavam no local declarado no momento da anterior [inspecção] haviam sido trazidos de volta e deixados próximos do local declarado”, diz o comunicado.

"Os inspectores da agência confirmaram que esses tambores continham UOC e testemunharam sua transferência de volta para o local declarado para armazenamento", acrescentou.

Reuters

Sugerir correcção
Ler 3 comentários