Banco de Inglaterra sobe taxa de referência de 4% para 4,25%

Um dia depois da Reserva Federal norte-americana, o banco central britânico também aumentou os custos de financiamento da sua economia, dada a persistência da inflação em valores elevados.

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Banco de Inglaterra manteve a trajectória ascendente nas taxas de juro Reuters/HENRY NICHOLLS

O Banco de Inglaterra anunciou esta quinta-feira uma subida das taxas de juro de um quarto de ponto percentual, para 4,25%, a décima primeira subida consecutiva para controlar o aumento da inflação, que é de 10,4%.

Como previsto por analistas no Reino Unido, o comité de política monetária do banco central do Reino Unido votou sete contra dois a favor do novo aumento.

A decisão surge um dia depois de o Office for National Statistics (ONS) ter comunicado que a inflação homóloga no Reino Unido foi de 10,4% em Fevereiro, acima dos 10,1% em Janeiro, muito acima do objectivo do banco de 2%.

Este é o 11º aumento consecutiva por parte do Banco de Inglaterra, numa trajectória ascendente que se iniciou em Dezembro de 2021.

Esta decisão acontece um dia depois de a Reserva Federal norte-americana ter aumentado as duas taxas de referência em 25 ponto base, também. E no mesmo dia em que o Banco da Suíça e o Banco da Noruega subiram, igualmente, o custo do financiamento nas respectivas economias.

Num contexto marcado por problemas no sistema financeiro norte-americano (Silicon Valley Bank) e suíço (Credit Suisse), o Banco de Inglaterra não ignorou a mudança de ambiente nos mercados observada nas últimas semanas, mas sublinhou que os bancos britânicos continuam “resilientes” e “bem colocados para continuar a apoiar a economia num leque alargado de cenários económicos, incluindo um período de taxas de juro elevadas”.

Na base da decisão de continuar a subir as taxas, a autoridade monetária britânica considerou que as perspectivas optimistas para a economia do Reino Unido, assim como para o emprego, poderão “reforçar a persistência de custos mais elevados nos preços ao consumidor”.

No entanto, ecoando a posição manifestada esta quarta-feira pela presidente do BCE, Christine Lagarde, o Banco de Inglaterra sublinhou que irá “acompanhar de perto” qualquer efeito que as tensões de mercado poderão ter nas condições de crédito das famílias e empresas.

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