Gorjetas, generosidade, felicidade, ordenados, desigualdade – está tudo ligado

Portugal não está bem nem na generosidade nem nas desigualdades sociais, o que explica ficarmos macambúzios nos rankings de felicidade.

Há poucos dias reparei numa microindignação que corria as redes sociais à volta de dar gorjetas e dessa magna conspiração dos empresários dos restaurantes de sugerir um valor de gorjeta apresentado no talão da conta. O que me divertiu mais neste assomo de indignação foi o argumento de se estar, assim, a transferir a obrigação de pagar ordenados decentes aos trabalhadores da restauração dos donos dos restaurantes para os clientes. Esbocei vários sorrisos, e quiçá o início de algumas gargalhadas, por ver tanta gente sem perceber que, em gorjetas ou através dos recibos contabilísticos dos ordenados e respetivas transferências bancárias, são sempre os clientes que pagam todo o rendimento ganho por quem trabalha nos restaurantes.

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