Cristiano Ronaldo e as diferenças: “Tudo sempre a andar, como eu gosto”

Capitão da selecção portuguesa falou dos primeiros dias de trabalho com Roberto Martínez como novo seleccionador e só teve elogios para o técnico espanhol.

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Cristiano Ronaldo, capitão da selecção portuguesa EPA/MIGUEL A. LOPES

Ar fresco, energia positiva, dinâmica, tudo sempre a andar como ele gosta. Assim falou Cristiano Ronaldo dos primeiros dias de trabalho com Roberto Martínez na selecção portuguesa, depois de oito anos a trabalhar com Fernando Santos. CR7 voltou ao ambiente da selecção e foi o jogador escolhido para a conferência de imprensa de antecipação do jogo desta quinta-feira frente ao Liechtenstein, em Alvalade, que marca o arranque da campanha portuguesa rumo à fase final do Euro 2024.

"O que tem vindo a acontecer é muito positivo, o ambiente está muito bom, é um capítulo diferente, as energias são positivas, temos um ar fresco e isso é bom. Estou muito feliz de regressar e poder ajudar Portugal", começou por dizer o capitão da selecção portuguesa, quatro meses depois do Mundial do Qatar, em que Portugal não passou dos quartos-de-final e em que Ronaldo foi suplente utilizado nesse jogo com Marrocos.

Sem nunca referir o nome de Fernando Santos, Ronaldo passou a mensagem ao longo da conferência de imprensa de que as coisas estão melhores com Martínez e que gosta dos métodos do espanhol em oposição ao passado: "Só a mudança é positiva, ar fresco, ideias novas e diferentes. O sistema mudará, mas não me compete falar disso. O que estamos a viver é positivo, a intensidade dos treinos é diferente e boa. Estaremos preparados, tenho a certeza que Portugal vai ser uma equipa com mais ataque. Diferenças? A dinâmica, é tudo sempre a andar, é como eu gosto. Não há muitas paragens (...), identifico-me."

"Agora é mais fresco. Tem sido uma mudança boa, sente-se uma energia diferente, todos pensam que vão jogar amanhã, se calhar, antes, muitos de nós já sabíamos que íamos jogar. As mudanças são boas e esta mudança vai ser muito boa", acrescentou.

O avançado do Al-Nassr admite que, depois do Mundial, chegou a encarar a possibilidade de deixar a selecção portuguesa. "Na nossa vida, temos de meter tudo em cima da balança. Mas falei com a minha família e chegámos à conclusão de que não podemos atirar a toalha ao chão, aprendi muito com isso. Estou muito contente, o seleccionador contava comigo. Ele teve uma conversa com todos e comigo também, e consegui perceber que ainda posso dar muito à selecção", referiu.

Sobre o seu papel nesta "nova" selecção, Ronaldo diz que está como se fosse "a primeira vez". "Sempre virei enquanto achar que contam comigo. A minha motivação está intacta, estou aqui como se fosse a primeira vez. Estar aqui não é fácil. Se o seleccionador achar que sou uma mais-valia... Estou muito feliz, é a minha casa", assinalou, sem aprofundar a sua compatibilidade (ou não) com o goleador do Benfica Gonçalo Ramos no "onze": "Ele tem feito uma temporada extraordinária. Numa selecção é sempre bom ter competência, isso é uma mais-valia. Só posso estar disponível e estar o melhor possível. Depois cabe ao mister decidir, jogar com um ou com dois avançados."

Ronaldo admitiu que os meses que antecederam o Mundial do Qatar foram um ponto baixo na sua vida desportiva e pessoal, mas que também contribuíram para o seu crescimento. "Houve uma fase menos boa na minha carreira, mas não há tempo para arrependimentos, faz parte da nossa evolução, agradeço por ter passado por algumas dificuldades, agora consigo ver melhor como jogador e ser humano, estou um homem melhor", reforçou.

A jogar na Arábia Saudita, Ronaldo garantiu que está em condições para render na selecção portuguesa e que a liga saudita pode tornar-se uma das melhores do mundo a médio prazo: "Sinto-me muito bem, por isso é que estou aqui. É um campeonato muito competitivo, deviam olhar mais para ele. Estou surpreendido pela positiva, é um campeonato equilibrado, com equipas boas. Nos próximos anos, será a quarta, quinta, sexta liga mais competitiva do mundo. Eu tenho bastantes minutos, estou bastante rodado e sinto-me bastante bem."

O jogo com o Liechtenstein vai deixar Ronaldo como o dono de mais um recorde, o de jogador com mais internacionalizações está empatado com Al-Mutawa, do Koweit, ambos com 196 jogos. "É sempre positivo bater recordes. Não quero só o jogo de amanhã, é chegar mais à frente", referiu. E, com o Euro 2024 no horizonte, Ronaldo ainda terá pernas e cabeça para mais um Mundial? "Passo a passo. Não faço planos a longo prazo por algumas coisas que aconteceram."

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