CGD aumenta tabela salarial em 76 euros para todos os níveis

Mesmo sem acordo com os sindicatos, o Santander, o BPI e o Novo Banco estão a pagar aumentos salariais de 4%, desde Janeiro, actualização que fica abaixo da reclamada pelos sindicatos.

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A CGD, liderada por Paulo Macedo, diz que a generalidade das rubricas tem um aumento de 5% LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

A CGD anunciou ter acordado com o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do grupo (STEC) a revisão da tabela salarial, com um aumento de 76 euros para todos os níveis, e das cláusulas de expressão pecuniária referentes a 2023.

"O processamento será efectuado juntamente com o salário do mês de Março", adianta a Caixa Geral de Depósitos (CGD) em comunicado divulgado.

Quanto às cláusulas de expressão pecuniária, a instituição revela que "a generalidade das rubricas tem um aumento de 5%", incluindo diuturnidades, subsídio infantil e subsídio de estudo, mas que vai ser aplicado um aumento "significativamente superior" nos subsídios de refeição (9,36%), de apoio ao nascimento (12,5%) e de trabalhador estudante (7,58%).

O acordo também prevê um valor máximo do crédito habitação, que aumenta 8,7%, o que a CGD diz traduzir um "reforço do compromisso" do banco para com a natalidade, a qualificação dos colaboradores e o acesso à habitação, bem como "um apoio aos colaboradores na actual conjuntura".

A CGD diz que a conclusão do acordo com o sindicato, no âmbito do Acordo de Empresa em vigor, representa o sexto ano de acordo com os sindicatos, e a "primeira instituição de crédito nacional a fazer a revisão" da tabela salarial para 2023.

"A conclusão da revisão das tabelas e das cláusulas de valor pecuniário ora alcançado, é mais um elemento distintivo no pacote de condições de remuneração dos colaboradores da Caixa", afirma, lembrando também o aumento da remuneração variável este ano, na sequência da transferência do Fundo de Pensões para a Caixa Geral de Aposentações (CGA).

Na conferência de imprensa de apresentação das contas de 2022, no início deste mês, o presidente executivo da CGD, Paulo Macedo, anunciou que ia pagar os salários de Março com um aumento de 4% se não chegasse, em breve, a acordo com sindicatos.

Paulo Macedo revelou, na altura, que a proposta da CGD apresentada nas negociações salariais era superior a 4%, mas sem indicar o valor concreto.

Mesmo sem acordo com sindicatos, o Santander, o BPI e o Novo Banco estão a pagar aumentos salariais de 4% desde Janeiro, o mesmo aumento praticado pelo Crédito Agrícola desde Março com efeitos retroactivos a Janeiro, actualizações salariais decididas unilateralmente pelos bancos que fica abaixo do reclamado pelos sindicatos.

Os lucros da CGD em 2022 ascenderam a 843 milhões de euros, mais 44,5% face a 2021, tendo pagado ao accionista único, o Estado, o "maior dividendo da história" do banco, no valor de 352 milhões de euros.

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