Directores escolares dizem que ministério vai reunir-se com sindicatos “sem temas tabu”

Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas reuniu-se, nesta segunda-feira, com o Ministério da Educação.

Foto
Segundo Filinto Lima, "todas as questões que preocupam os professores estarão em cima da mesa da reunião com os sindicatos"

Os directores escolares anunciaram, nesta segunda-feira, que o Ministério da Educação (ME) vai reunir-se com os sindicatos de professores sem "temas tabu", estando disponível para debater todos os assuntos que preocupam os professores, como a recuperação do tempo de serviço.

"Sentimos que houve abertura por parte do Governo para encontrar soluções e que não haverá temas tabu nas reuniões negociais com os sindicatos", disse à Lusa o presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, no final de uma reunião com responsáveis do Ministério da Educação.

Segundo Filinto Lima, "todas as questões que preocupam os professores estarão em cima da mesa da reunião com os sindicatos que vai realizar-se na quarta-feira e irão ser abordadas pelo ministério".

A recuperação dos cerca de seis anos e meio de tempo de serviço congelado é uma das principais exigências dos sindicatos que afirmam estar disponíveis para uma recuperação faseada, tendo em conta o impacto financeiro da medida.

Questionado sobre se o ministério está disponível para negociar a recuperação do tempo de serviço, o representante dos directores lembrou que "os sindicatos são os parceiros privilegiados nas negociações" e que os directores não sabem quais serão as propostas do ministério. "Mas sabemos que os assuntos estarão em cima da mesa", disse.

O Ministério da Educação já o tinha posto por escrito nas convocatórias para a ronda de dia 22 que enviou aos sindicatos. Embora com a "nuance" que o ministro tem vindo a utilizar nas últimas semanas: em vez de recuperação do tempo de serviço, o ministério indica como tema para negociação a "correcção dos efeitos assimétricos internos à carreira docente, decorrentes do congelamento".

Filinto Lima defendeu que "não pode haver extremismos nem de um lado nem do outro" e lembrou que "para se chegar a acordo tem de haver cedências de ambas as partes". Para os directores é importante que na próxima reunião entre sindicatos e tutela "se acenda uma luz ao fundo do túnel, que está apagada".

A reunião desta segunda-feira segue-se a um pedido para uma reunião "urgente" enviado pela ANDAEP ao ME na semana passada, motivado pela situação que se vive escolas, nomeadamente pela obrigação de fixação de serviços mínimos por parte de directores. "Muitas vezes actuamos sem rede. A parte jurídica, por exemplo, é fundamental e não temos ninguém que nos [aos directores] proteja ", lamentou então o presidente da ANDAEP, lembrando que exercem funções de muita responsabilidade e são civil e criminalmente responsabilizáveis.

Por agora não são conhecidos os resultados desta diligência. O PÚBLICO tentou obter declarações de Filinto Lima sobre a reunião desta segunda-feira, mas o mesmo remeteu para a notícia da agência Lusa.

Sugerir correcção
Comentar