Ventura desafia primeiro-ministro a liderar negociações com os professores

Líder do Chega propõe uma contabilização faseada do tempo congelado até Dezembro de 2024. E, se não houver dinheiro para esse calendário, quer que António Costa assuma isso perante os professores.

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Paulo Pimenta

O presidente do Chega, André Ventura, apelou nesta segunda-feira ao primeiro-ministro que lidere as negociações com os professores e propôs uma recuperação faseada do tempo de serviço que fique terminada até ao final do próximo ano.

"É tempo de António Costa assumir a sua responsabilidade neste processo e que seja ele a liderar esta negociação com os professores, porque já está a passar muito tempo sem que este problema fique resolvido", defendeu o líder do Chega, em declarações aos jornalistas, em frente à Assembleia da República.

André Ventura justificou este apelo com a "urgência e a gravidade da situação", defendendo que nesta fase "não é suportável prolongar estes protestos e estas greves". O líder do Chega acusou também o ministro Educação de "má vontade" e considerou que João Costa "não tem competência" para continuar as negociações com os professores, pois "está a gerar um aumento conflitualidade muito grande no sector".

Ventura alertou que esta é "uma questão que está a afectar o país inteiro" e considerou que neste momento deve-se "à teimosia de António Costa" de não ser ele a assegurar este processo.

"Não é pegar nesse processo para deixar as coisas iguais; é com uma proposta concreta e específica", defendeu, afirmando que "o descongelamento do tempo de carreira dos professores não é uma oferta do Governo, é uma questão de justiça porque eles tiveram esse tempo congelado, como outros profissionais".

O dirigente partidário afirmou que "aqui não é uma questão de oferta, não é o Governo dar alguma coisa para calar um sector social; é uma questão de justiça". O presidente do Chega propôs um "escalonamento do descongelamento do tempo de serviço dos professores" de "um ano e meio, até ao final do próximo ano, sensivelmente, até Dezembro do próximo ano, com a generalidade do tempo recuperado".

"Depois, para este ano, e isso tinha que ficar já assegurado, a proposta que fazemos, e que instamos o Governo a assegurar, é a regularização dos que têm vínculos precários, nomeadamente técnicos especialistas, que há muitos no âmbito da Educação, e, por outro lado, a questão da redução da burocracia", acrescentou.

O líder do Chega ressalvou igualmente que "não vem mal ao mundo se António Costa reconhecer que neste momento não há verba financeira para isto, ou não há verba orçamental, mas tem que o assumir" e "apresentar um plano".

"Se não puder de hoje para amanhã, que diga: 'Isso não é possível de ser resolvido agora.' Mas que faça um escalonamento e diga aos professores, aos profissionais de educação, quando é que vão ter estes assuntos resolvidos", referiu.

De acordo com a informação de agenda divulgada pela assessoria do Chega, André Ventura iria visitar os professores que estão acampados em protesto à frente ao parlamento. No entanto, o líder do Chega, acompanhado pelo deputado Rui Paulo Sousa, não se aproximou das tendas que estão colocadas no passeio no fundo da escadaria principal do Palácio de São Bento e apenas conversou alguns minutos com três docentes numa zona afastada do protesto, tendo falado aos jornalistas antes deste encontro e no cimo das escadas. André Ventura disse que estes docentes "queriam uma determinada organização para não partidarizar o movimento".

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