Palavras de Lagarde dão alívio às acções da banca europeia

Presidente do BCE tranquiliza mercados e sector fecha em terreno positivo. Credit Suisse acumula perda de 55%.

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O "BCE está totalmente equipado" para fazer face a eventuais problemas na banca da zona euro, diz Lagarde EPA/FRIEDEMANN VOGEL

Depois de um começo de dia muito negativo para os títulos da banca na Europa (com perdas a rondar os 5% para várias acções do sector), as palavras da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, proferidas nesta segunda-feira de manhã no Parlamento Europeu, terão permitido alguma tranquilidade a quem começava a pôr em causa a saúde da banca europeia.

Além de ter elogiado a “acção rápida e as decisões tomadas pelas autoridades suíças”, que durante o fim-de-semana passado asseguraram o casamento forçado entre a UBS e o Credit Suisse, Lagarde também reafirmou que “o sector bancário da zona euro é resiliente, com fortes posições de capital e liquidez”.

E seja qual for a situação, “o conjunto de ferramentas de política do BCE está totalmente equipado para fornecer apoio de liquidez ao sistema financeiro da zona euro”, disse ainda.

Assim, depois do embate matinal, muito influenciado também pela notícia de que há obrigacionistas do Credit Suisse que vão perder um total de 16 mil milhões de euros com a união deste banco com a UBS, os grandes bancos europeus agrupados no índice Stoxx 50 finalizaram o dia com valorizações entre os 3,71% do italiano Intesa Sanpaolo e os 0,50% do BBVA.

Pelo meio, títulos como o Santander valorizaram-se 2,77% e o BNP Paribas, 2,01%. Neste índice pan-europeu, só o neerlandês ING Group não conseguiu descolar de terreno negativo, terminando a sessão bolsista a perder 0,09% (mas chegou a perder mais de 6% na abertura da sessão).

Em Portugal, os títulos do BCP, que chegaram a desvalorizar perto de 5% ao início da manhã, fecharam em alta de 2,61%, ajudando o PSI a terminar a sessão com um ganho de 0,79%.

Quanto às acções da UBS – que vai pagar cerca de três mil milhões de euros para comprar o Credit Suisse, mas contará com uma garantia pública de perto de nove mil milhões –, fecharam a subir 1,26.

Já o Credit Suisse, o primeiro banco de dimensão sistémica a precisar de ajudas públicas desde a crise financeira mundial de 2008, manteve-se no vermelho, caindo cerca de 55% nesta segunda-feira, para 0,82 francos suíços, ligeiramente acima dos 0,76 francos suíços por acção que irão receber os accionistas com a compra pela UBS.

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